Europa sem Medo
2014/05/31 23:36
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Estará por estes dias à venda nas
livrarias um ensaio que intitulei “Portugal sem Medo” (Chiado Editora – 2014) e
em que lanço um repto contra o desânimo que tomou conta da sociedade portuguesa
e que teve um forte reflexo no baixo nível de participação nas eleições para o
Parlamento Europeu realizadas dia 25 de Maio.
Em boa verdade esse sentido de não
inscrição não afetou apenas Portugal. É lamentável que um território de paz,
onde vivem os 7% de cidadãos mais produtivos e qualificados do planeta, seja
vítima de um apagão cívico tão forte como o que se verificou na União Europeia.
Quem pugna pela democracia não pode olhar distraído para este fenómeno.
Depois de décadas em que um “centrão”
tecnocrático governou a Europa, os cidadãos fizeram da abstenção ou do voto em
Partidos dos extremos ou de ideologia difusa, um apelo ao regresso da política
num formato adequado aos desafios do século XXI.
Cabe agora os Partidos Institucionais,
terem a capacidade de interpretarem os sinais e interiorizarem os novos
desafios para lhe poderem dar resposta. Se falharem a compreensão do que se
passou e a capacidade de lhe responder, o projeto democrático europeu como o conhecemos
terá os dias contados.
No ensaio que antes referi, proponho uma
abordagem política de nova geração, em que valorizo as pessoas como
protagonistas da sociedade em mudança, numa lógica de dignidade e felicidade.
Pessoas que se realizam pela ausência de
medo, resultante da inclusão na comunidade e no sentido de projeto que é dado à
sua vida. O mundo muda muito depressa. Os Partidos tradicionais têm-se
comportado como polícias de trânsito, mandando cada vez mais veículos encostar
ou parquear por ausência de espaço para circular.
A política moderna não pode ser feita
pelos “polícias sinaleiros” de turno, mas sim pela consciência e pela ação dos
“condutores” formados e informados no quadro de projetos políticos
mobilizadores. São as pessoas que podem levar as suas vidas para destinos
aprazíveis e evitar os engarrafamentos que asfixiam a esperança. Europa sem
medo. Portugal sem medo. Todos temos futuro. O que construirmos ou que
deixarmos que construam por nós.
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