Contra o Contra!
2010/04/09 23:40
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Esta crónica é inspirada pelo designado Manifesto dos 33 contra a política de promoção das energias renováveis em Portugal. Sendo uma área que me diz directamente respeito, não pretendo contudo usar este espaço para rebater os argumentos dos “manifestantes”.
Como cidadão e como decisor saúdo o manifesto como contributo para o debate sobre uma política fundamental para Portugal, para a Europa e para o Mundo, num tempo em que as escolhas em matéria de energia estão no âmago das transformações económicas e dos modelos de sociedade que estão emergir da crise.
Da mesma forma discordo das premissas e das conclusões do citado manifesto como tive já oportunidade de afirmar e justificar publicamente e de explicitar pessoalmente aos representantes dos autores.
O que me faz trazer o Manifesto dos 33 a este espaço não é o seu conteúdo, mas a atitude que mais uma vez nele se reflecte. É mais um manifesto Contra! Portugal está-se a especializar nos movimentos Contra tudo o que mexe ou que procura transformar o nosso País.
Sejamos claros. A mudança não é boa por natureza. Há boas e más transformações, mas a atitude transformadora é essencial num tempo de desafio e de crise global.
A um determinado sentido de mudança é estimulante e útil contrapor outros sentidos de mudança, quando a convicção a isso nos induz. O que não já não é estimulante é termos uma sociedade civil que se organiza preferencialmente em torno do Contra!
Contra o TGV e a favor de quê? Contra o novo aeroporto e a favor de quê? Contra o Magalhães e a favor de quê? Contra a Fibra Óptica em todo o território e a favor de quê? Contra as Energias Renováveis e a favor de quê?
É claro que em todos os movimentos Contra estão implícitas, uma ou várias alternativas mais ou menos dúbias. É também o caso do manifesto dos 33. Várias interpretações e juízos de intenções têm sobre ele sido feitos. Há quem interprete o Contra do manifesto como um desejo de regresso ao passado e há quem sugira uma defesa implícita da alternativa baseada na energia nuclear.
Não sei quem tem razão. Só sei que era tudo mais claro, frontal e positivo se o manifesto em vez de ser Contra fosse a favor, ainda que a favor de algo diferente. Este e os muitos outros pronunciamentos que se enrolam na dinâmica da nossa sociedade, contrapondo a opções que devem ser saudavelmente debatidas e escrutinadas, o caminho dos estudos e mais estudos, até que nada se faça por manifesta quebra da janela de oportunidade.
Que uma sociedade se predisponha aos manifestos é uma boa notícia. Que os manifestos sejam Contra já é um pior sinal. É antes de mais um sinal de pouca coragem e determinação.
Precisamos cada vez mais de movimentos com causas, virados para as soluções, a favor das diversas opções e alternativas que podem fundamentar a justa ambição de tornar Portugal melhor.
Ser Contra é fácil … mas ajuda pouco.
Como cidadão e como decisor saúdo o manifesto como contributo para o debate sobre uma política fundamental para Portugal, para a Europa e para o Mundo, num tempo em que as escolhas em matéria de energia estão no âmago das transformações económicas e dos modelos de sociedade que estão emergir da crise.
Da mesma forma discordo das premissas e das conclusões do citado manifesto como tive já oportunidade de afirmar e justificar publicamente e de explicitar pessoalmente aos representantes dos autores.
O que me faz trazer o Manifesto dos 33 a este espaço não é o seu conteúdo, mas a atitude que mais uma vez nele se reflecte. É mais um manifesto Contra! Portugal está-se a especializar nos movimentos Contra tudo o que mexe ou que procura transformar o nosso País.
Sejamos claros. A mudança não é boa por natureza. Há boas e más transformações, mas a atitude transformadora é essencial num tempo de desafio e de crise global.
A um determinado sentido de mudança é estimulante e útil contrapor outros sentidos de mudança, quando a convicção a isso nos induz. O que não já não é estimulante é termos uma sociedade civil que se organiza preferencialmente em torno do Contra!
Contra o TGV e a favor de quê? Contra o novo aeroporto e a favor de quê? Contra o Magalhães e a favor de quê? Contra a Fibra Óptica em todo o território e a favor de quê? Contra as Energias Renováveis e a favor de quê?
É claro que em todos os movimentos Contra estão implícitas, uma ou várias alternativas mais ou menos dúbias. É também o caso do manifesto dos 33. Várias interpretações e juízos de intenções têm sobre ele sido feitos. Há quem interprete o Contra do manifesto como um desejo de regresso ao passado e há quem sugira uma defesa implícita da alternativa baseada na energia nuclear.
Não sei quem tem razão. Só sei que era tudo mais claro, frontal e positivo se o manifesto em vez de ser Contra fosse a favor, ainda que a favor de algo diferente. Este e os muitos outros pronunciamentos que se enrolam na dinâmica da nossa sociedade, contrapondo a opções que devem ser saudavelmente debatidas e escrutinadas, o caminho dos estudos e mais estudos, até que nada se faça por manifesta quebra da janela de oportunidade.
Que uma sociedade se predisponha aos manifestos é uma boa notícia. Que os manifestos sejam Contra já é um pior sinal. É antes de mais um sinal de pouca coragem e determinação.
Precisamos cada vez mais de movimentos com causas, virados para as soluções, a favor das diversas opções e alternativas que podem fundamentar a justa ambição de tornar Portugal melhor.
Ser Contra é fácil … mas ajuda pouco.
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