Alemanha
2010/11/27 19:44
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Sendo reconhecido desde há muito tempo que a Alemanha é a locomotiva económica da União Europeia, não nos podemos surpreender que o comboio da União faça a agulha em função da vontade dos maquinistas e em particular do maquinista chefe, personificado neste tempo histórico pela Chanceler de Berlim.
Um maquinista muito poderoso e que tem ao seu dispor potentes comandos, em particular aquele que regula a política monetária da Zona Euro, ou seja o Banco Central Europeu.
Tendo a Alemanha os destinos da União Europeia nas suas mãos, não me parece que seja muito eficaz a estratégia aparentemente óbvia de pressionar a Chanceler a mudar a sua perspectiva. Já vimos que não o fez e não o fará. Tem uma visão ultra liberal e populista e seguirá a vontade maioritária do povo alemão, de forma a garantia a manutenção do poder.
Só os grandes líderes arriscam roturas com o politicamente correcto e a Chanceler não está nesse patamar, nem tem essa dimensão.
A atitude mais adequada, na minha opinião, deve basear-se numa pedagogia de desenvolvimento e comunicação do projecto europeu que possa conquistar para ele a maioria do povo alemão. Quando isso acontecer a Chanceler depressa mudará o tom ou cederá o ceptro.
A questão deve ser colocada com clareza. O que é melhor para a Alemanha? Liderar uma União Europeia com forte peso político e económico, ainda que isso exija um esforço de solidariedade e compromisso, ou descolar da Europa e rumar sozinha à conquista duma posição competitiva no mercado global.
O que é melhor para a União Europeia e para o mundo é sem dúvida a opção solidária. Mas isso conta pouco. O que conta é a percepção maioritária do povo alemão que neste momento não vai aparentemente nesse sentido.
Os que fora da Alemanha, partilham a convicção que essa é também a melhor solução para a Alemanha têm que ser capazes de contribuir para que os alemães em geral aceitem essa visão.
Neste sentido, os discursos anti-alemães ou os sublinhados do seu potencial egoísmo nada ajudam. O importante é explicar que no quadro da UE a Alemanha pode ajudar a criar um quadro de globalização sustentável em que o seu potencial poderá ser melhor aproveitado do que se sozinha tiver que enfrentar uma globalização desregulada e selvagem.
Num recente seminário internacional sobre a competitividade inclusiva e sustentável em que partilhei a mesa de oradores com um alto responsável germânico, coloquei de forma crua a questão; Quer a Alemanha liderar a recuperação económica da UE ou prefere descolar dela? A resposta foi o silêncio.
Sinal que ainda está tudo em aberto e que o nosso futuro colectivo se decide no fio da navalha. Todo o cuidado é pouco e toda a determinação é necessária.
Um maquinista muito poderoso e que tem ao seu dispor potentes comandos, em particular aquele que regula a política monetária da Zona Euro, ou seja o Banco Central Europeu.
Tendo a Alemanha os destinos da União Europeia nas suas mãos, não me parece que seja muito eficaz a estratégia aparentemente óbvia de pressionar a Chanceler a mudar a sua perspectiva. Já vimos que não o fez e não o fará. Tem uma visão ultra liberal e populista e seguirá a vontade maioritária do povo alemão, de forma a garantia a manutenção do poder.
Só os grandes líderes arriscam roturas com o politicamente correcto e a Chanceler não está nesse patamar, nem tem essa dimensão.
A atitude mais adequada, na minha opinião, deve basear-se numa pedagogia de desenvolvimento e comunicação do projecto europeu que possa conquistar para ele a maioria do povo alemão. Quando isso acontecer a Chanceler depressa mudará o tom ou cederá o ceptro.
A questão deve ser colocada com clareza. O que é melhor para a Alemanha? Liderar uma União Europeia com forte peso político e económico, ainda que isso exija um esforço de solidariedade e compromisso, ou descolar da Europa e rumar sozinha à conquista duma posição competitiva no mercado global.
O que é melhor para a União Europeia e para o mundo é sem dúvida a opção solidária. Mas isso conta pouco. O que conta é a percepção maioritária do povo alemão que neste momento não vai aparentemente nesse sentido.
Os que fora da Alemanha, partilham a convicção que essa é também a melhor solução para a Alemanha têm que ser capazes de contribuir para que os alemães em geral aceitem essa visão.
Neste sentido, os discursos anti-alemães ou os sublinhados do seu potencial egoísmo nada ajudam. O importante é explicar que no quadro da UE a Alemanha pode ajudar a criar um quadro de globalização sustentável em que o seu potencial poderá ser melhor aproveitado do que se sozinha tiver que enfrentar uma globalização desregulada e selvagem.
Num recente seminário internacional sobre a competitividade inclusiva e sustentável em que partilhei a mesa de oradores com um alto responsável germânico, coloquei de forma crua a questão; Quer a Alemanha liderar a recuperação económica da UE ou prefere descolar dela? A resposta foi o silêncio.
Sinal que ainda está tudo em aberto e que o nosso futuro colectivo se decide no fio da navalha. Todo o cuidado é pouco e toda a determinação é necessária.
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