A Ilusão da Economia
2009/01/10 11:48
| Malha Larga
| Link permanente
No final de 2008 a grande maioria das mensagens que recebi foram mensagens cuja ideia central era a necessidade de baixar expectativas. Eu próprio usei convictamente a ideia, nas minhas réplicas, de que a incerteza quanto ao crescimento económico em 2009 constituía uma boa oportunidade para cada um se focar mais no seu crescimento interior.
Uma das últimas mensagens que recebi tinha um tom oposto e provocador. Foi ela que motivou este texto. Lembrava que ultimamente os economistas têm falhado todas as previsões e por isso o mais provável era que também falhassem as previsões de crise para 2009! Era uma mensagem estranhamente optimista que apostava no erro dos economistas e num ano economicamente menos mau do que o previsto por eles.
Esta ideia tem sentido lógico e é muito apetecível e desejável. Penso contudo que a percepção de crise já está de tal maneira imbricada no subconsciente colectivo que dificilmente lhe escaparemos. Importa no entanto reflectir um pouco mais sobre os ciclos de previsão / erro em tempo de mudança descontínua.
Os economistas (em cuja categoria profissional me incluo) falharam a previsão da dimensão e dos contornos da crise. Até que ponto é que o seu extremo pessimismo actual não é uma forma defensiva para não arriscarem voltar a falhar? E se assim é, até que ponto uma previsão defensiva pode gerar uma realidade pior do que ela seria, em resultado da quebra de confiança que essas previsões induzem? E se as previsões voltarem a falhar, o que restará aos economistas no futuro senão indicarem com os seus modelos analíticos desadequados os melhores caminhos a não seguir?
O futuro é suficientemente complexo para não ser possível prevê-lo, excepto na dimensão em que cada um o pode protagonizar. Face a esta realidade o mundo virou-se para as narrativas auto justificativas. A ilusão de que faz sentido acertar no resultado depois do jogo tem parte da responsabilidade nas dificuldades que estamos a viver.
É fundamental quebrar a ilusão da economia e trabalhar sobre narrativas de futuro, ou seja, sobre visões fortes de economia política escorada em valores e metas claras. É isto que a sociedade portuguesa está a fazer de forma pioneira com o seu empenho na concretização do Plano Tecnológico.
As narrativas económicas projectadas no futuro são o caminho mais promissor para ultrapassar os bloqueios da economia. Quando a narrativa, como é o caso do Plano Tecnológico, está ancorada em resultados convincentes obtidos no passado e no presente, então ainda mais determinante é o seu papel no desenho do futuro.
O Plano Tecnológico é uma forma inovadora e participada de concretizar políticas económicas agressivas e modernas com resultados nos indicadores de modernização da economia portuguesa e efeito de “benchmarking” em muitas políticas europeias, designadamente no Novo Ciclo da Agenda de Lisboa e no plano de recuperação da economia da U.E.
Recordo a mensagem de bom ano novo que inspirou este texto e que espero fique gravada para sempre na minha memória de acção. É desejável que se venha a concluir que os economistas se excederam nas suas previsões negativas para 2009.
Continuar a aplicar, em todos os patamares de acção, narrativas fortes de resposta e medidas focadas e inovadoras capazes de projectar numa visão aberta mas consistente de futuro é a melhor ajuda que se pode dar para que isso aconteça.
Uma das últimas mensagens que recebi tinha um tom oposto e provocador. Foi ela que motivou este texto. Lembrava que ultimamente os economistas têm falhado todas as previsões e por isso o mais provável era que também falhassem as previsões de crise para 2009! Era uma mensagem estranhamente optimista que apostava no erro dos economistas e num ano economicamente menos mau do que o previsto por eles.
Esta ideia tem sentido lógico e é muito apetecível e desejável. Penso contudo que a percepção de crise já está de tal maneira imbricada no subconsciente colectivo que dificilmente lhe escaparemos. Importa no entanto reflectir um pouco mais sobre os ciclos de previsão / erro em tempo de mudança descontínua.
Os economistas (em cuja categoria profissional me incluo) falharam a previsão da dimensão e dos contornos da crise. Até que ponto é que o seu extremo pessimismo actual não é uma forma defensiva para não arriscarem voltar a falhar? E se assim é, até que ponto uma previsão defensiva pode gerar uma realidade pior do que ela seria, em resultado da quebra de confiança que essas previsões induzem? E se as previsões voltarem a falhar, o que restará aos economistas no futuro senão indicarem com os seus modelos analíticos desadequados os melhores caminhos a não seguir?
O futuro é suficientemente complexo para não ser possível prevê-lo, excepto na dimensão em que cada um o pode protagonizar. Face a esta realidade o mundo virou-se para as narrativas auto justificativas. A ilusão de que faz sentido acertar no resultado depois do jogo tem parte da responsabilidade nas dificuldades que estamos a viver.
É fundamental quebrar a ilusão da economia e trabalhar sobre narrativas de futuro, ou seja, sobre visões fortes de economia política escorada em valores e metas claras. É isto que a sociedade portuguesa está a fazer de forma pioneira com o seu empenho na concretização do Plano Tecnológico.
As narrativas económicas projectadas no futuro são o caminho mais promissor para ultrapassar os bloqueios da economia. Quando a narrativa, como é o caso do Plano Tecnológico, está ancorada em resultados convincentes obtidos no passado e no presente, então ainda mais determinante é o seu papel no desenho do futuro.
O Plano Tecnológico é uma forma inovadora e participada de concretizar políticas económicas agressivas e modernas com resultados nos indicadores de modernização da economia portuguesa e efeito de “benchmarking” em muitas políticas europeias, designadamente no Novo Ciclo da Agenda de Lisboa e no plano de recuperação da economia da U.E.
Recordo a mensagem de bom ano novo que inspirou este texto e que espero fique gravada para sempre na minha memória de acção. É desejável que se venha a concluir que os economistas se excederam nas suas previsões negativas para 2009.
Continuar a aplicar, em todos os patamares de acção, narrativas fortes de resposta e medidas focadas e inovadoras capazes de projectar numa visão aberta mas consistente de futuro é a melhor ajuda que se pode dar para que isso aconteça.
Comentários