O Alentejo a ver passar o comboio?
2009/07/27 15:56
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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O Comboio de Alta Velocidade entrou definitivamente na campanha eleitoral. O PS propõe-se ligar Lisboa a Madrid e á Europa com uma linha que permite velocidades elevadas, comboios de elevado conforto e sem necessidade de mudança na fronteira devida à actual diferente bitola (distância entre carris) entre as linhas portuguesas e as europeias. O PSD, com um envergonhado e comprometedor silêncio das Distritais do Alentejo, propõe-se cancelar essa obra.
Vale a pena reflectir um pouco mais em detalhe sobre o que significa o Comboio de Alta Velocidade para o Alentejo. Muitos imaginam apenas um comboio moderno deslizando pela planície com uns homens de negócios e uns turistas endinheirados lá dentro. É muito mais do que isso.
Comecemos pelo princípio. A construção do TGV mobilizará cerca de 100 000 pessoas. Durante alguns anos teremos um contingente nacional e internacional equivalente a 20% da nossa população a construir o comboio. O impacto directo e indirecto na economia será brutal. Muitas pequenas empreitadas serão dadas às empresas da região e a manutenção da infra-estrutura permitirá que a oportunidade não termine com a conclusão da obra.
Com o comboio de alta velocidade, Évora e Elvas terão não apenas estações, mas também, plataformas logísticas associadas (hotéis, armazéns, fábricas, centros de serviços) que criarão milhares de empregos. Com as boas acessibilidades rodoviárias as unidades turísticas do Alentejo ficarão a um passo da Gare do Comboio. Basta uma frota de pequenos autocarros dos Hotéis ou das redes de empreendimentos de Turismo Rural, para fazer das estações do Comboio um ponto de chegada de milhares de turistas que se espalharão pelo território da região.
A linha será também uma linha de mercadorias e ligará a Sines. A importância desse acesso fácil nos mercados europeus é brutal. Dará um novo sentido a Alqueva e ao Aeroporto de Beja e fará de Sines um dos mais importantes portos do comércio internacional. Tudo isto se passará no Alentejo e aqui criará emprego e riqueza.
Outra questão importante e que importa desmistificar é a ideia de que o Comboio de Alta Velocidade apenas servirá os grandes centros urbanos. É verdade que diariamente haverá pelo menos um comboio directo Lisboa Madrid e outro que só parará nas grandes estações. Mas no resto do tempo, composições rápidas e flexíveis poderão aproveitar a linha em percursos mais pequenos. Évora ficará a menos de uma hora do centro de Lisboa e tornar-se-á uma zona residencial alternativa a Sintra e a Cascais para a fixação de quadros que querem viver fora de Lisboa mas com fácil acesso à Capital e ao aeroporto internacional.
O Comboio de Alta Velocidade como já aqui escrevi e agora repito com ênfase é um bom investimento para o País, mas é sobretudo um investimento decisivo e determinante para o Alentejo e para o nosso Distrito. Incomoda-me por isso ver a ligeireza com que o PSD ataca o futuro de uma região (o que só se percebe por ter aqui um peso político ínfimo) e incomoda-me ainda mais que as estruturas locais do Partido não se demarquem e a sociedade civil não se revolte.
Eu sei que andámos muitos anos a ver passar o comboio. Mas é tempo de dizer basta! O comboio do desenvolvimento apanha-se agora, nas estações de alta velocidade de Sines, Beja, Évora e Elvas.
Vale a pena reflectir um pouco mais em detalhe sobre o que significa o Comboio de Alta Velocidade para o Alentejo. Muitos imaginam apenas um comboio moderno deslizando pela planície com uns homens de negócios e uns turistas endinheirados lá dentro. É muito mais do que isso.
Comecemos pelo princípio. A construção do TGV mobilizará cerca de 100 000 pessoas. Durante alguns anos teremos um contingente nacional e internacional equivalente a 20% da nossa população a construir o comboio. O impacto directo e indirecto na economia será brutal. Muitas pequenas empreitadas serão dadas às empresas da região e a manutenção da infra-estrutura permitirá que a oportunidade não termine com a conclusão da obra.
Com o comboio de alta velocidade, Évora e Elvas terão não apenas estações, mas também, plataformas logísticas associadas (hotéis, armazéns, fábricas, centros de serviços) que criarão milhares de empregos. Com as boas acessibilidades rodoviárias as unidades turísticas do Alentejo ficarão a um passo da Gare do Comboio. Basta uma frota de pequenos autocarros dos Hotéis ou das redes de empreendimentos de Turismo Rural, para fazer das estações do Comboio um ponto de chegada de milhares de turistas que se espalharão pelo território da região.
A linha será também uma linha de mercadorias e ligará a Sines. A importância desse acesso fácil nos mercados europeus é brutal. Dará um novo sentido a Alqueva e ao Aeroporto de Beja e fará de Sines um dos mais importantes portos do comércio internacional. Tudo isto se passará no Alentejo e aqui criará emprego e riqueza.
Outra questão importante e que importa desmistificar é a ideia de que o Comboio de Alta Velocidade apenas servirá os grandes centros urbanos. É verdade que diariamente haverá pelo menos um comboio directo Lisboa Madrid e outro que só parará nas grandes estações. Mas no resto do tempo, composições rápidas e flexíveis poderão aproveitar a linha em percursos mais pequenos. Évora ficará a menos de uma hora do centro de Lisboa e tornar-se-á uma zona residencial alternativa a Sintra e a Cascais para a fixação de quadros que querem viver fora de Lisboa mas com fácil acesso à Capital e ao aeroporto internacional.
O Comboio de Alta Velocidade como já aqui escrevi e agora repito com ênfase é um bom investimento para o País, mas é sobretudo um investimento decisivo e determinante para o Alentejo e para o nosso Distrito. Incomoda-me por isso ver a ligeireza com que o PSD ataca o futuro de uma região (o que só se percebe por ter aqui um peso político ínfimo) e incomoda-me ainda mais que as estruturas locais do Partido não se demarquem e a sociedade civil não se revolte.
Eu sei que andámos muitos anos a ver passar o comboio. Mas é tempo de dizer basta! O comboio do desenvolvimento apanha-se agora, nas estações de alta velocidade de Sines, Beja, Évora e Elvas.
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