Uma explicação inconveniente?
2010/05/20 23:22
| Malha Larga
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Os tempos recentes têm sido férteis e desafiantes para os analistas económicos de todas as extracções e formações.
As avaliações catastrofistas da situação económica de Portugal e dos Países do Sul que integram moeda única têm tido muito mercado, até porque constituem uma desculpa útil, para todos os “espectadores de bancada” que em consciência sabem que não fizeram tudo o que podiam para ser parte da solução e não do problema.
As análises têm sido múltiplas, oscilando entre o simplismo primário e a sofisticação abstrusa.
Do meu ponto de vista a explicação é simples, embora possa ser inconveniente para quem quer usar a situação para fomentar a pura guerrilha política conjuntural e extrair ganhos eleitorais de curto prazo.
A moeda única foi constituída por uma parceria de Países com perfis competitivos diferentes. Os Países do Sul usaram a estabilidade monetária para realizar um esforço inevitável de reposicionamento competitivo, tentando legitimamente preencher o “gap” de partida em relação aos outros parceiros da União Económica e Monetária.
Para preencher esse diferencial competitivo no capital humano e nas infra-estruturas, investiram recorrendo ao endividamento público e privado, e embora nem sempre o tenham feito da melhor forma, conseguiram ganhos significativos em muitos sectores.
Esse endividamento tornou-os contudo vulneráveis aos ataques especulativos. No momento crítico os especuladores atacaram, cientes de que quem os podia e devia proteger estava num contexto eleitoral que favorecia a inércia e o atraso na reacção.
Esta acção, lógica pelo racional dos mercados, teve ainda o contributo inusitado dum “fogo amigo” oportunista mas destrutivo e desmobilizador, que encontrou largo pasto nos Países sobre pressão.
Esta explicação parece-me tão óbvia que a sua ausência do racional dos analistas só pode ter uma razão. É uma explicação inconveniente?
Será? A mim parece-me óbvia e ajuda a explicar algumas “surpresas”, como por exemplo o bom desempenho real da economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano.
As avaliações catastrofistas da situação económica de Portugal e dos Países do Sul que integram moeda única têm tido muito mercado, até porque constituem uma desculpa útil, para todos os “espectadores de bancada” que em consciência sabem que não fizeram tudo o que podiam para ser parte da solução e não do problema.
As análises têm sido múltiplas, oscilando entre o simplismo primário e a sofisticação abstrusa.
Do meu ponto de vista a explicação é simples, embora possa ser inconveniente para quem quer usar a situação para fomentar a pura guerrilha política conjuntural e extrair ganhos eleitorais de curto prazo.
A moeda única foi constituída por uma parceria de Países com perfis competitivos diferentes. Os Países do Sul usaram a estabilidade monetária para realizar um esforço inevitável de reposicionamento competitivo, tentando legitimamente preencher o “gap” de partida em relação aos outros parceiros da União Económica e Monetária.
Para preencher esse diferencial competitivo no capital humano e nas infra-estruturas, investiram recorrendo ao endividamento público e privado, e embora nem sempre o tenham feito da melhor forma, conseguiram ganhos significativos em muitos sectores.
Esse endividamento tornou-os contudo vulneráveis aos ataques especulativos. No momento crítico os especuladores atacaram, cientes de que quem os podia e devia proteger estava num contexto eleitoral que favorecia a inércia e o atraso na reacção.
Esta acção, lógica pelo racional dos mercados, teve ainda o contributo inusitado dum “fogo amigo” oportunista mas destrutivo e desmobilizador, que encontrou largo pasto nos Países sobre pressão.
Esta explicação parece-me tão óbvia que a sua ausência do racional dos analistas só pode ter uma razão. É uma explicação inconveniente?
Será? A mim parece-me óbvia e ajuda a explicar algumas “surpresas”, como por exemplo o bom desempenho real da economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano.
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