Razão não Atendível
2010/07/21 23:40
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Os factos que levaram o PSD a abrir uma discussão absolutamente extemporânea sobre a revisão constitucional são compreensíveis mas não atendíveis, quando os avaliamos no quadro dos problemas económicos e sociais que o País enfrenta.
Num tempo de recomeço da época futebolística é atractivo e tentador usar a metáfora desportiva para explicar melhor o que na minha perspectiva está a suceder. É esse instrumento retórico que vou usar para o tentar fazer.
O PSD teme enfrentar os desafios da governação neste cenário de grande dificuldade e por isso faz tudo o que está ao seu alcance para não chutar à baliza com medo que isso acabe num golo a seu favor. Em alternativa tenta que se sucedam os “cantos” junto á baliza do adversário na pura expectativa de que um auto - golo lhe entregue em mãos a vitória sem qualquer compromisso.
Esta táctica de jogo é politicamente legítima mas muito prejudicial para o interesse nacional. O País precisa mais do que nunca de estabilidade na governação.
Estabilidade não significa imobilidade. Confrontar o governo em funções com alternativas e aspirar a governar em vez dele é próprio da natureza dum partido de poder como é o PSD. Já rondar a baliza sem intenção de marcar e tentar chegar á vitória por desnorte da defesa alheia é a pior forma de gerar condições de mudança sustentável, pois mesmo que ela suceda não é ancorada num modelo programático estruturado e maduro de governação do País.
De qualquer forma não é irrelevante a forma como o PSD tem vindo a ganhar “cantos” e mais “cantos” pela esquerda e pela direita. Já aqui escrevi em texto anterior que a clarificação das diferenças entre um grande Partido como o PS que procura preservar os princípios fundamentais do Estado Social num quadro de grande dificuldade económica e outro grande Partido como o PSD que afirma a prioridade da visão neoliberal da predominância do interesse dos mercados sobre a equidade social e económica, é algo de positivo e saudável para a democracia portuguesa.
Essa clarificação é positiva e devolve a responsabilidade da escolha a cada um de nós. Nenhum eleitor pode agora alegar que não vota, vota em branco ou vota em Partidos de Protesto porque os dois Partidos de poder são iguais e não se diferenciam.
É no entanto mais estimulante que a diferenciação se faça em torno de programas alternativos de acção e não de tentativas encenadas de captura ideológica duma Constituição que deve ser por natureza uma plataforma de consenso estruturante da democracia portuguesa.
No entanto, afirmar um programa alternativo de acção, constitui uma forma de chutar á baliza! E se a bola entrar? Golo dá vitória e a vitória dá governo em terreno muito empapado pela crise global. É com medo desta eventualidade que o PSD prefere jogar noutro terreno. Mas esta é verdadeiramente uma razão não atendível.
Num tempo de recomeço da época futebolística é atractivo e tentador usar a metáfora desportiva para explicar melhor o que na minha perspectiva está a suceder. É esse instrumento retórico que vou usar para o tentar fazer.
O PSD teme enfrentar os desafios da governação neste cenário de grande dificuldade e por isso faz tudo o que está ao seu alcance para não chutar à baliza com medo que isso acabe num golo a seu favor. Em alternativa tenta que se sucedam os “cantos” junto á baliza do adversário na pura expectativa de que um auto - golo lhe entregue em mãos a vitória sem qualquer compromisso.
Esta táctica de jogo é politicamente legítima mas muito prejudicial para o interesse nacional. O País precisa mais do que nunca de estabilidade na governação.
Estabilidade não significa imobilidade. Confrontar o governo em funções com alternativas e aspirar a governar em vez dele é próprio da natureza dum partido de poder como é o PSD. Já rondar a baliza sem intenção de marcar e tentar chegar á vitória por desnorte da defesa alheia é a pior forma de gerar condições de mudança sustentável, pois mesmo que ela suceda não é ancorada num modelo programático estruturado e maduro de governação do País.
De qualquer forma não é irrelevante a forma como o PSD tem vindo a ganhar “cantos” e mais “cantos” pela esquerda e pela direita. Já aqui escrevi em texto anterior que a clarificação das diferenças entre um grande Partido como o PS que procura preservar os princípios fundamentais do Estado Social num quadro de grande dificuldade económica e outro grande Partido como o PSD que afirma a prioridade da visão neoliberal da predominância do interesse dos mercados sobre a equidade social e económica, é algo de positivo e saudável para a democracia portuguesa.
Essa clarificação é positiva e devolve a responsabilidade da escolha a cada um de nós. Nenhum eleitor pode agora alegar que não vota, vota em branco ou vota em Partidos de Protesto porque os dois Partidos de poder são iguais e não se diferenciam.
É no entanto mais estimulante que a diferenciação se faça em torno de programas alternativos de acção e não de tentativas encenadas de captura ideológica duma Constituição que deve ser por natureza uma plataforma de consenso estruturante da democracia portuguesa.
No entanto, afirmar um programa alternativo de acção, constitui uma forma de chutar á baliza! E se a bola entrar? Golo dá vitória e a vitória dá governo em terreno muito empapado pela crise global. É com medo desta eventualidade que o PSD prefere jogar noutro terreno. Mas esta é verdadeiramente uma razão não atendível.
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