Pragmatismo (e Talento)
2009/01/10 16:49
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Na sua Mensagem de Natal, o Primeiro – Ministro afirmou que para fazer frente á crise mundial que se espera venha a ter o seu pico em 2009, os portugueses deveriam entre outras coisas, utilizar o seu talento. É uma afirmação que corre sérios riscos de ser mal compreendida, mas que na minha opinião é oportuna e faz todo o sentido.
É óbvio que não basta o talento para enfrentar a crise. No entanto, sem uma boa pitada de talento, suspeito que todas as outras medidas que pragmaticamente são necessárias, como é exemplo o apoio ao emprego, a capitalização das empresas, em particular das pequenas e das microempresas ou o incentivo ao risco e á iniciativa, podem não atingir os resultados que ambicionamos e acabar por conduzir a resultados decepcionantes.
A questão é simples. Não estamos perante uma crise de continuidade, mas sim perante uma crise com mudança de pressupostos e de contextos económicos. Num quadro com estas características pôr mais dinheiro em cima de modelos de negócio velhos, ultrapassados e não adaptados aos novos desafios apenas adia e “incha” os problemas. Não resolve nada e aumenta o potencial de risco futuro, quando já nem com “balões de oxigénio” de ajuda pública forem sustentáveis.
É por isso que as políticas públicas para fazer face á crise económica e ao seu impacto social têm hoje mais do que nunca que ser profundamente selectivas e pragmáticas. Selectivas e pragmáticas na escolha dos alvos, com prioridade para a pequena indústria e o pequeno comércio que constituem a malha central da economia portuguesa, mas selectivas e pragmáticas também na aposta em quem demonstra talento e vontade para mudar e modernizar o seu negócio, em detrimento de quem se acomoda à falsa ilusão que pode sobreviver continuando a fazer tudo como sempre fez.
O ano de 2009 é o Ano Europeu da Criatividade e Inovação. Trata-se dum foco muito oportuno e actual, embora haja quem legitimamente pense que a Criatividade e a Inovação são temas demasiado “leves” para os tempos difíceis que vivemos. Eu penso o contrário.
Esta crise vai resolver-se com muito esforço, empenho e transpiração, mas no final do processo será a inspiração que fará a diferença e permitirá a alguns Países, territórios e empresas reimergirem com mais sustentabilidade económica, social e ambiental. Talento não significa ausência de esforço. Nas artes e no desporto não há talento que valha a quem não se prepara com rigor e convicção. O mesmo na economia e no mundo das empresas.
É por tudo isto que faz sentido apelar ao talento dos portugueses. Não para que com esse talento alijar as fortes responsabilidades do Estado nas medidas que têm que ser aplicadas, mas para criar as condições de partilha e de atitude que permitam o sucesso das políticas públicas, fazendo a diferença num contexto cada vez mais competitivo e desafiante. Um contexto à altura de quem tem carácter, identidade, sentido pragmático e talento para fazer a diferença.
É óbvio que não basta o talento para enfrentar a crise. No entanto, sem uma boa pitada de talento, suspeito que todas as outras medidas que pragmaticamente são necessárias, como é exemplo o apoio ao emprego, a capitalização das empresas, em particular das pequenas e das microempresas ou o incentivo ao risco e á iniciativa, podem não atingir os resultados que ambicionamos e acabar por conduzir a resultados decepcionantes.
A questão é simples. Não estamos perante uma crise de continuidade, mas sim perante uma crise com mudança de pressupostos e de contextos económicos. Num quadro com estas características pôr mais dinheiro em cima de modelos de negócio velhos, ultrapassados e não adaptados aos novos desafios apenas adia e “incha” os problemas. Não resolve nada e aumenta o potencial de risco futuro, quando já nem com “balões de oxigénio” de ajuda pública forem sustentáveis.
É por isso que as políticas públicas para fazer face á crise económica e ao seu impacto social têm hoje mais do que nunca que ser profundamente selectivas e pragmáticas. Selectivas e pragmáticas na escolha dos alvos, com prioridade para a pequena indústria e o pequeno comércio que constituem a malha central da economia portuguesa, mas selectivas e pragmáticas também na aposta em quem demonstra talento e vontade para mudar e modernizar o seu negócio, em detrimento de quem se acomoda à falsa ilusão que pode sobreviver continuando a fazer tudo como sempre fez.
O ano de 2009 é o Ano Europeu da Criatividade e Inovação. Trata-se dum foco muito oportuno e actual, embora haja quem legitimamente pense que a Criatividade e a Inovação são temas demasiado “leves” para os tempos difíceis que vivemos. Eu penso o contrário.
Esta crise vai resolver-se com muito esforço, empenho e transpiração, mas no final do processo será a inspiração que fará a diferença e permitirá a alguns Países, territórios e empresas reimergirem com mais sustentabilidade económica, social e ambiental. Talento não significa ausência de esforço. Nas artes e no desporto não há talento que valha a quem não se prepara com rigor e convicção. O mesmo na economia e no mundo das empresas.
É por tudo isto que faz sentido apelar ao talento dos portugueses. Não para que com esse talento alijar as fortes responsabilidades do Estado nas medidas que têm que ser aplicadas, mas para criar as condições de partilha e de atitude que permitam o sucesso das políticas públicas, fazendo a diferença num contexto cada vez mais competitivo e desafiante. Um contexto à altura de quem tem carácter, identidade, sentido pragmático e talento para fazer a diferença.
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