Évora (1165 / 2020)
2010/08/07 15:38
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
| Link permanente
A forma como titulo esta crónica pode induzir em erro! Não prevejo que nada de especial ocorra em Évora em 2020 e muito menos que se venha a verificar nessa data qualquer hecatombe que pronuncie o fim do ciclo histórico iniciado com a sua integração no reino de Portugal em 1165. A referência do ano 2020 é uma analogia com a fronteira do futuro estabelecida para as estratégias europeias e globais.
A história de Évora é muito anterior a 1165, ano em que Geraldo Sem Pavor a conquistou aos muçulmanos e a entregou à guarda de D. Afonso Henriques, rei dos portugueses, dando assim um passo importante na afirmação da nossa nacionalidade, proclamada em Zamora em 1143, mas só confirmada em 1179 pela bula papal de Alexandre III.
A importância estratégica de Évora para a consolidação do Reino de Portugal ficou evidente com a atribuição dum foral que a libertava dos jugos senhoriais logo no ano seguinte à sua reconquista, ou seja, em 1166. Essa carta de alforria foi usada com tal maestria política que quando em 1184 uma ofensiva muçulmana fez recuar as linhas de fronteira do reino até às margens do Tejo, Évora resistiu como uma bandeira de portugalidade e manteve-se até aos nossos dias como um dos palcos principais onde se forjou a identidade nacional. A história de Évora e do Alentejo, antes e depois de 1165 são duma extraordinária riqueza.
Cidade cujo centro histórico é património da humanidade, urbe milenar de saber e de poder, Évora e todo o território que a envolve serão de novo marcantes na história das primeiras décadas do novo século e do novo milénio. A oportunidade existe e até 2020 vai ser consolidada como uma realidade evidente e irreversível. Com mais ou menos crise e com maiores ou menores dificuldades, há coisas que estão a ser feitas e bem pela autarquia, pelo governo e pela sociedade civil, que não poderão deixar de ser continuadas e consolidadas no futuro próximo.
A centralidade logística decorrente do entreposto ferroviário que nascerá junto a Évora, o novo cluster aeronáutico, os centros de serviços de alto valor acrescentado atraídos pela centralidade geográfica e pelos centros de saber de que se destaca o prestígio da secular Universidade de Évora, a qualidade de um novo hospital de nova geração, a construção dum novo parque de ciência e tecnologia com os requisitos mais avançados, o nível superior da oferta turística regional já existente e em construção, a proximidade aos novos aeroportos de Alcochete e Beja e a qualidade do aeródromo municipal são apenas alguns dos pilares que me dão a certeza de que esta cidade e esta região vão continuar a marcar a história de Portugal no futuro próximo.
Não farão aliás no futuro nada de muito diferente do que fizeram sempre no passado. Para uma visão mais global da nossa história e tentar ligar algumas pontas, levei para férias a recentemente publicada “História de Portugal” coordenada por Rui Ramos e editada pela Esfera dos Livros. Da sua leitura tirei muitas conclusões interessantes. Uma delas foi a reafirmação do papel histórico de Évora e do Alentejo na consolidação da nossa identidade política enquanto nação independente com mais de oito séculos.
Olhando o futuro próximo a vida continua e o novo capítulo é de desafio e afirmação. Acredito que estaremos à altura da nossa história, no esforço colectivo para lhe darmos forma.
A história de Évora é muito anterior a 1165, ano em que Geraldo Sem Pavor a conquistou aos muçulmanos e a entregou à guarda de D. Afonso Henriques, rei dos portugueses, dando assim um passo importante na afirmação da nossa nacionalidade, proclamada em Zamora em 1143, mas só confirmada em 1179 pela bula papal de Alexandre III.
A importância estratégica de Évora para a consolidação do Reino de Portugal ficou evidente com a atribuição dum foral que a libertava dos jugos senhoriais logo no ano seguinte à sua reconquista, ou seja, em 1166. Essa carta de alforria foi usada com tal maestria política que quando em 1184 uma ofensiva muçulmana fez recuar as linhas de fronteira do reino até às margens do Tejo, Évora resistiu como uma bandeira de portugalidade e manteve-se até aos nossos dias como um dos palcos principais onde se forjou a identidade nacional. A história de Évora e do Alentejo, antes e depois de 1165 são duma extraordinária riqueza.
Cidade cujo centro histórico é património da humanidade, urbe milenar de saber e de poder, Évora e todo o território que a envolve serão de novo marcantes na história das primeiras décadas do novo século e do novo milénio. A oportunidade existe e até 2020 vai ser consolidada como uma realidade evidente e irreversível. Com mais ou menos crise e com maiores ou menores dificuldades, há coisas que estão a ser feitas e bem pela autarquia, pelo governo e pela sociedade civil, que não poderão deixar de ser continuadas e consolidadas no futuro próximo.
A centralidade logística decorrente do entreposto ferroviário que nascerá junto a Évora, o novo cluster aeronáutico, os centros de serviços de alto valor acrescentado atraídos pela centralidade geográfica e pelos centros de saber de que se destaca o prestígio da secular Universidade de Évora, a qualidade de um novo hospital de nova geração, a construção dum novo parque de ciência e tecnologia com os requisitos mais avançados, o nível superior da oferta turística regional já existente e em construção, a proximidade aos novos aeroportos de Alcochete e Beja e a qualidade do aeródromo municipal são apenas alguns dos pilares que me dão a certeza de que esta cidade e esta região vão continuar a marcar a história de Portugal no futuro próximo.
Não farão aliás no futuro nada de muito diferente do que fizeram sempre no passado. Para uma visão mais global da nossa história e tentar ligar algumas pontas, levei para férias a recentemente publicada “História de Portugal” coordenada por Rui Ramos e editada pela Esfera dos Livros. Da sua leitura tirei muitas conclusões interessantes. Uma delas foi a reafirmação do papel histórico de Évora e do Alentejo na consolidação da nossa identidade política enquanto nação independente com mais de oito séculos.
Olhando o futuro próximo a vida continua e o novo capítulo é de desafio e afirmação. Acredito que estaremos à altura da nossa história, no esforço colectivo para lhe darmos forma.
Comentários (1)