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Boas Histórias

Boas Histórias

Em todas as profissões e em todos os sectores da vida em sociedade há pessoas que nos inspiram pelo seu exemplo e outras que envergonham os seus pares pelas más práticas. Perante esta realidade incontornável, que é mais ou menos profunda conforme o nível de oxigénio e de transparência de cada comunidade e de cada tecido social, mas que tende a ser transversal em cada País ou território, há duas atitudes possíveis.  

A mais óbvia e a mais usual é a prática da exposição caricatural e exaustiva na praça pública de cada mau exemplo. A alternativa que considero mais pedagógica e transformadora é a valorização e a divulgação dos bons exemplos. Esta dicotomia aplica-se naturalmente com particular propriedade aos comportamentos dos que são eleitos para representar democraticamente os seus concidadãos nos diversos patamares institucionais, mas é relevante para todos os níveis profissionais ou de participação social.

Quando a comunicação é feita com base nos maus exemplos, cria-se um ambiente auto justificativo na sociedade que pode fazer acrescer o sentimento de impunidade e multiplicar as más práticas. Já a comunicação dos bons exemplos, além de ser uma forma de justiça e reconhecimento social potente, torna de forma indireta mais visíveis e condenáveis socialmente os comportamentos inadequados para o bem comum.

Proponho-vos um exercício rápido. Todos se lembram de três histórias positivas de políticos que elegeram e cumpriram as suas promessas, médicos e enfermeiros que com o seu empenho salvaram vidas, professores que inspiraram os seus alunos e os motivaram para vidas conseguidas, arquitetos e engenheiros que deixaram legados extraordinários, pedreiros, jardineiros, motoristas, cozinheiros, auxiliares, administrativos vários, operários, militares cujas vidas foram ou são exemplos de compromisso com a comunidade em que se inserem e com as instituições em que trabalham. Também se lembram certamente de três histórias negativas que se tenham passado em todas estas áreas e naquelas que pelo espaço disponível não citei.

Quando numa conversa avulsa se fala de uma destas áreas da vida social, podemos sempre citar as histórias negativas ou as histórias positivas. Se citarmos as histórias positivas, os que fazem bem são incentivados e os que fazem mal estão ausentes porque não merecem estar presentes. Se pelo contrário, citarmos as histórias negativas estamos a contribuir para criar uma cortina de fumo que “legitima” pela generalização as más práticas e apouca as boas.

Eu prefiro sempre contar boas histórias sem me esquecer das más. E o leitor. Pense numa boa história. Verá que tudo à sua volta fluirá melhor.
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