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La Palisse e as reformas




 

Toda a vida fui reformista. Acredito que as sociedades devem ser animadas de um sentido de evolução transformadora tendo por referência um conceito de progresso.

 

O progresso das luzes, traduzido na promoção da igualdade, da liberdade e da fraternidade. O progresso na afirmação do indivíduo enquanto ser social através da dignidade e da felicidade. A afirmação do Homem enquanto parte do todo, através da convivência sustentável das múltiplas formas de vida que existem no nosso planeta.

 

Como reformista sempre defendi a necessidade de Reformas (O Sr. Jacques de La Palisse não diria melhor). Defendi a necessidade de ciclos reformistas conjunturais e estruturais no passado e defendo agora a necessidade de dinâmicas reformistas sistémicas adequadas aos tempos de complexidade global, resultante da emergência da sociedade da informação e do conhecimento.

 

Os teóricos e os práticos das políticas de consagração das desigualdades espoliaram aos progressistas o conceito de reforma estrutural e encheram-no de lama! Exigem mais e mais reformas estruturais, mas quando vamos ver o detalhe dessas reformas, destacam-se dois movimentos liberalizadores. A liberalização dos mercados de capitais e a liberalização dos mercados de trabalho, para que o poder regulador dos Estados e das instituições feneça e o poder dos mais fortes se imponha.

 

A moribunda Troika diz que o Governo português só fez 36% das reformas estruturais com que se comprometeu. Significa isto que só cumpriu 36% do programa de empobrecimento e desigualdade que aceitou alegremente pôr em prática de forma sempre aditivada. Imaginem como estaríamos se tivesse cumprido 100%.

 

Por mim, acho que o Governo Passos/Portas não fez nenhuma reforma estrutural e que o próximo governo do PS vai ter que fazer reformas estruturais a sério. Uma reforma de capacitação da administração e das instituições públicas. Uma reforma da justiça e da regulação. Uma reforma do modelo de especialização produtiva. Uma reforma (no sentido de retirada de circulação ativa) dos processos burocráticos não essenciais e que emperram a produtividade e a competitividade das empresas.

 

São estas reformas que conduzem ao crescimento e é o crescimento que permite solver as dívidas e equilibrar as contas. O resto é terra queimada. Voltando a La Palisse e agora citando literalmente a suposta expressão que o tornou famoso, com as políticas deste governo, “só ainda não estamos mortos, porque estamos vivos”!

  

  

 

 

 

 
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