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Estamos Bem?




 

O discurso de Passos e Portas e de todos os porta-vozes no governo nas últimas semanas sintetiza-se numa enorme operação psicológica para convencer os portugueses de que estamos bem. Por isso quero desafiar neste texto os meus leitores a fazerem consigo próprios, esta avaliação. Estamos bem?

 

Estamos bem depois de termos regressado a valores de criação de riqueza do século passado? Estamos bem quando os nossos jovens qualificados não encontram emprego ou só encontram emprego fora do seu País? Estamos bem quando ao fim de quatro anos de governação se fizeram cortes e cortes na administração mas não se realizou a Reforma do Estado e por isso os cidadãos e as empresas recebem cada vez menos serviços de qualidade em função dos impostos que pagam?

 

A narrativa deste ciclo de governo tem dois momentos. Primeiro disseram aos portugueses que estavam a viver acima das possibilidades. Depois em vez de promoverem o crescimento sustentável para equilibrar a receita com a despesa, cortaram despesa nos mais pobres para ajustar a dívida. Um ajustamento que falhou rotundamente. Se hoje temos menos custos financeiros isso resulta de políticas do Banco Central Europeu contra as quais o governo sempre esteve. Dito isto os meus leitores já perceberam que na minha opinião não estamos bem. E na vossa opinião?

 

A primeira reflexão que propus neste texto conduz a duas outras. Poderíamos estar melhor? E poderemos vir a estar melhor? A primeira pergunta tem resposta fácil. Sendo hoje reconhecido que as políticas de austeridade falharam em toda a Europa como método de controlo do deficit e da dívida, a sobredose de austeridade que resulta de termos um governo que quis sempre ir além da “troika” penalizou desnecessariamente a nossa economia e as famílias e enfraqueceu a base competitiva com que temos que recuperar a nossa posição no mundo. Aliás, muitas das políticas de mitigação da austeridade de que Portugal acabou por beneficiar foram aprovadas contra a vontade do Governo como já escrevi antes e começaram a ser propostas pelo PS muito antes de acabarem por ser adotadas pelas instituições europeias. Quem não se lembra das sucessivas exigências que o PS foi fazendo à “Troika” de mais tempo e menos juros, com a oposição sempre subserviente do governo português.

 

Na minha opinião, não estamos bem e podíamos estar melhor. E na vossa opinião? Estamos Bem? Podíamos estar melhor? A questão chave que se coloca hoje é no entanto a terceira que formulei. Poderemos vir a estar melhor?

 

 O PS com o seu quadro macroeconómico já demonstrou que sem receios de crises à grega e dentro da interpretação inteligente dos Tratados será possível baixar alguns impostos (ex: IVA da restauração) não cortar pensões, aumentar os salários mais baixos, garantir mínimos de dignidade às pessoas, combater a pobreza e o desemprego. E a coligação? Essa acha que estamos bem. Com ela  continuaremos no mesmo caminho. Estamos bem?

 

 
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