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Gaia (Terra Mãe) e Nós




Com o passar dos anos todos mudamos. A idade traz-nos a serenidade no olhar e ensina-nos a respirar e a sentir a experiência maravilhosa da vida. Aprendemos a discernir melhor aquilo que é fundamental daquilo que não passa de espuma dos dias. Os valores reforçam-se e as escolhas sedimentam-se. Compreendemos mais profundamente o sentido dos valores da liberdade, da igualdade, da fraternidade, da justiça e da tolerância. Aceitamos melhor a diferença. Valorizamos mais a ética e a coerência moral.

Nos últimos anos a minha curiosidade intelectual e cívica levou-me a tentar compreender melhor o indivíduo enquanto protagonista e destinatário de toda a transformação social. Entendi que o foco último das políticas e das transformações deve ser a dignidade e a felicidade das pessoas integradas em comunidades abertas e viáveis. Sobre a dignidade e a felicidade escrevi livros e ensaios. Acredito que estes princípios farão a diferença nos projetos políticos mobilizadores do futuro próximo.

A experiência vivida no último ano, trabalhando num plano mais global, despertou – me para o polo complementar. Para Gaia – a mãe terra. Tenho hoje a convicção profunda que a dignidade e a felicidade dos homens está profundamente interligada com o respeito e a preservação da natureza e do ambiente em que vivemos.

Não haverá uma relação automática mas existe uma correlação óbvia. Quanto menos a dignidade e a felicidade das pessoas está no centro das políticas, mais estas se tornam predadoras dos recursos. Não faltam exemplos por esse planeta fora que ilustram esta triste realidade.

Vale por isso a pena cada vez mais lutar por um novo ciclo, em que as politicas se desenvolvam tendo em conta que o que é bom para Gaia é bom para as pessoas, sobretudo na dimensão da realização e da procura dum sentido para a vida.    

Acredito que a mobilização cívica para a mudança passa pelo cruzamento destas duas dimensões. A dignidade e a felicidade dos indivíduos, socialmente integrados e vivendo em comunhão com a natureza, cabendo a cada um em função das suas crenças delimitar a dimensão material (e espiritual) dessa natureza. A sua casa, a sua rua, a sua terra, o seu país, o seu planeta, o cosmos … o que cada um sentir como sendo a casa em que vive.

Mas que sentido fazem estas reflexões em pleno “sprint” eleitoral? Para mim fazem todo o sentido. São mesmo o sentido que me continua a dar força para lutar todos os dias por um mundo melhor, em que a dignidade, a felicidade e o respeito pelo ambiente substituam no coração da política os “slogans” gastos dos vendedores de ilusões.      
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