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Fronteiras





O mundo mudou. As novas tecnologias de comunicação, as redes de transportes cada vez mais densas e rápidas e a circulação global de imagens, notícias e mercadorias criam a ilusão de um mundo sem fronteiras. No entanto, desvanecida a ilusão, confrontamo-nos com fronteiras físicas, económicas e culturais mais fortes de que nunca.



As últimas semanas mostraram de novo como a humanidade consegue erguer (e também desfazer) muros físicos para impedir que gente desesperada encontre acolhimento e refúgio.



Por detrás desses muros físicos estão outros muros. O muro da intolerância religiosa, o muro das desigualdades e da pobreza, o muro do não acesso aos direitos humanos e à liberdade de expressão, o muro das catástrofes climáticas provocadas pelo aquecimento global e o muro das assimetrias de desenvolvimento entre territórios.



Mais do que fugir do cerne do desafio com visões nacionalistas e populistas ou com saudosismos de amanhãs que já não cantam, a humanidade tem que encontrar novas respostas e novas soluções.



O fenómeno que aconteceu na Europa, com a cidadania ativa a forçar os líderes a mudar a abordagem em relação com os refugiados é extraordinário e deixou claras também as fronteiras entre as democracias maduras e mais tolerantes e outras ainda esqueléticas e traumatizadas, que convivem no quadro da União Europeia. O exemplo do muro de atitude entre a Hungria e a Áustria é tão marcante como o muro de betão entre a Hungria e a Sérvia.



O caso Húngaro merece profunda reflexão. Um País que várias vezes ocupado no século XX (e antes embora noutros contextos históricos e territoriais) sempre foi apoiado pela comunidade internacional, está agora subjugado por um populismo doentio e egocêntrico impróprio dos valores de modernidade e tolerância que definem a matriz da União Europeia (UE). Impõe-se aliás uma reflexão. Se um País pode ser fortemente penalizado por não cumprir as princípios económicos comuns que regem a comunidade em que se inseriu, por que razão fica incólume ao não cumprimento dos valores e princípios dessa comunidade. Por muito menos do que faz agora a Hungria de Orban, foi penalizada durante a Presidência Portuguesa de 2000 a Áustria de Haider.    



Com uma reação concertada entre vários Países, com a solidariedade de muitos cidadãos europeus e com as atitudes firmes e corajosas do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, o muro de insensibilidade em relação aos refugiados e migrantes que fogem das guerras civis para a União Europeia irá ser desmontado tijolo a tijolo. Mas as outras fronteiras permanecem. A intolerância, a desigualdade, a pobreza, a desertificação, o avanço das águas do mar e a negação dos direitos. Também estas fronteiras têm que ser progressivamente destruídas. Elas são a gangrena da humanidade no século XXI  






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