Voluntariado e Empreendedorismo
2011/07/14 08:43
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Portugal fez nos últimos anos um progresso admirável na formação de novos licenciados. O número de jovens que entram na universidade em cada ano subiu de menos de 85 000 em 2004/2005 para mais de 120 000 em 2009/2010. Destes, cerca de 27% terminam a sua formação em ciências e engenharias, contra apenas 20% cinco anos atrás. O número anual de diplomados subiu mais de 10%.
Para cumprirmos a meta com que nos comprometemos na Estratégia Europa 2020 (40% dos jovens entre os 24 e os 35 anos com um grau académico superior em 2020) o crescimento tem que se manter ao mesmo ritmo e temos ainda que fazer regressar ao sistema para se licenciarem 60 000 jovens que entretanto o abandonaram sem obtenção de um grau superior. A verdade é que fizemos um forte progresso na qualificação dos jovens portugueses mas estamos ainda abaixo da média dos Países mais desenvolvidos e por isso o esforço não pode abrandar para garantirmos a convergência.
Dito isto não podemos escamotear uma outra realidade. O desemprego jovem entre licenciados tem vindo a subir e também para isso é necessário encontrar respostas. A relação entre a formação e o emprego nos ciclos de vida mudou. Acabou o tempo em que o dever da formação dava quase automaticamente direito ao emprego. Hoje a formação é e tem que ser cada vez mais um direito e em contrapartida criar emprego é cada vez mais um dever de quem se qualifica, sobretudo se o faz com apoio de recursos públicos.
A sociedade portuguesa tem elevados níveis de empreendedorismo pouco qualificado e fracos índices de empreendedorismo qualificado. Ao contrário doutros Países mais desenvolvidos é baixa a taxa de estudantes que enquanto se formam, trabalham ou encontram actividades complementares, facilitando a transição escola / vida activa.
Em Portugal, o corte estudo / família versus emprego / autonomia é demasiado abrupto e tem vindo a provocar elevados níveis de frustração nos nossos jovens. É contudo absolutamente decisivo que não os desmotive do estudo e da aprendizagem.
É neste patamar que entra o voluntariado jovem. Sobretudo para as famílias e os jovens com melhores condições económicas é fundamental para além dum ensino mais experimental e da multiplicação dos estágios académicos, se possa também explorar o voluntariado como escola de empreendedorismo.
Empreender para ajudar é o primeiro passo para empreender para criar valor e encontrar o próprio emprego. Eis um modesto contributo que quero deixar, sensível ao drama dos jovens qualificados que não têm emprego nem foram treinados para o criar, mas que são cada vez mais importantes para que o nosso futuro comum seja melhor.
Artigo Publicado originalmente na revista Frontline
Para cumprirmos a meta com que nos comprometemos na Estratégia Europa 2020 (40% dos jovens entre os 24 e os 35 anos com um grau académico superior em 2020) o crescimento tem que se manter ao mesmo ritmo e temos ainda que fazer regressar ao sistema para se licenciarem 60 000 jovens que entretanto o abandonaram sem obtenção de um grau superior. A verdade é que fizemos um forte progresso na qualificação dos jovens portugueses mas estamos ainda abaixo da média dos Países mais desenvolvidos e por isso o esforço não pode abrandar para garantirmos a convergência.
Dito isto não podemos escamotear uma outra realidade. O desemprego jovem entre licenciados tem vindo a subir e também para isso é necessário encontrar respostas. A relação entre a formação e o emprego nos ciclos de vida mudou. Acabou o tempo em que o dever da formação dava quase automaticamente direito ao emprego. Hoje a formação é e tem que ser cada vez mais um direito e em contrapartida criar emprego é cada vez mais um dever de quem se qualifica, sobretudo se o faz com apoio de recursos públicos.
A sociedade portuguesa tem elevados níveis de empreendedorismo pouco qualificado e fracos índices de empreendedorismo qualificado. Ao contrário doutros Países mais desenvolvidos é baixa a taxa de estudantes que enquanto se formam, trabalham ou encontram actividades complementares, facilitando a transição escola / vida activa.
Em Portugal, o corte estudo / família versus emprego / autonomia é demasiado abrupto e tem vindo a provocar elevados níveis de frustração nos nossos jovens. É contudo absolutamente decisivo que não os desmotive do estudo e da aprendizagem.
É neste patamar que entra o voluntariado jovem. Sobretudo para as famílias e os jovens com melhores condições económicas é fundamental para além dum ensino mais experimental e da multiplicação dos estágios académicos, se possa também explorar o voluntariado como escola de empreendedorismo.
Empreender para ajudar é o primeiro passo para empreender para criar valor e encontrar o próprio emprego. Eis um modesto contributo que quero deixar, sensível ao drama dos jovens qualificados que não têm emprego nem foram treinados para o criar, mas que são cada vez mais importantes para que o nosso futuro comum seja melhor.
Artigo Publicado originalmente na revista Frontline
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