Campanha Branca
2009/07/31 12:39
| Correio da Manhã, Fazer Acontecer
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A campanha do PSD para as eleições legislativas tem tido um carácter “inovador”. Depois de muito debate sobre as campanhas negras na política mediática dos nossos dias, o PSD optou por uma campanha branca, ou seja, por uma campanha de não compromisso e mobilizadora de descontentamentos difusos. Perante um quadro internacional complexo e difícil o maior partido da oposição optou por desviar os holofotes para quem governa e sair de cena para capitalizar os despojos do combate.
A campanha branca não constitui uma surpresa absoluta em Portugal. Recordo-me que em 1994 perante o desgaste da governação de Cavaco Silva muitos socialistas teorizavam que a resposta adequada seria a passividade até colher o poder sem compromisso. E recordo também como a maioria dos dirigentes socialistas recusaram essa ideia e avançaram com António Guterres para os Estados Gerais, precursores das Novas Fronteiras, como movimentos de inovação na participação política alargada e mobilizadores de cidadãos para a consolidação de alternativas de poder.
Quer os Estados Gerais quer as Novas Fronteiras foram movimentos ganhadores na sociedade portuguesa e deram a vitória aos compromissos de acção sobre as lógicas de conquista ou manutenção pragmática do poder. Entre estes dois movimentos tivemos uma vitória por persistência branca alcançada por Durão Barroso e outorgada a Santana Lopes. Sabemos por isso que os dois caminhos podem ser vitoriosos em função das circunstâncias.
A opção do PSD por uma campanha branca, sendo legítima, parece-me não adequada ao actual contexto. É verdade que a dinâmica reformista do governo e das propostas programáticas do PS geram adesão e crítica. Promovem o debate e a separação das águas. Criam movimentos de contestação e dinâmicas de consolidação.
Os tempos que vivemos exigem acção e não inércia. Se a escolha da campanha branca tivesse prémio eleitoral isso seria um péssimo sinal. Não há saídas para a crise sem esforço. Uma fuga em frente será paga com juros e num futuro próximo.
A campanha branca não constitui uma surpresa absoluta em Portugal. Recordo-me que em 1994 perante o desgaste da governação de Cavaco Silva muitos socialistas teorizavam que a resposta adequada seria a passividade até colher o poder sem compromisso. E recordo também como a maioria dos dirigentes socialistas recusaram essa ideia e avançaram com António Guterres para os Estados Gerais, precursores das Novas Fronteiras, como movimentos de inovação na participação política alargada e mobilizadores de cidadãos para a consolidação de alternativas de poder.
Quer os Estados Gerais quer as Novas Fronteiras foram movimentos ganhadores na sociedade portuguesa e deram a vitória aos compromissos de acção sobre as lógicas de conquista ou manutenção pragmática do poder. Entre estes dois movimentos tivemos uma vitória por persistência branca alcançada por Durão Barroso e outorgada a Santana Lopes. Sabemos por isso que os dois caminhos podem ser vitoriosos em função das circunstâncias.
A opção do PSD por uma campanha branca, sendo legítima, parece-me não adequada ao actual contexto. É verdade que a dinâmica reformista do governo e das propostas programáticas do PS geram adesão e crítica. Promovem o debate e a separação das águas. Criam movimentos de contestação e dinâmicas de consolidação.
Os tempos que vivemos exigem acção e não inércia. Se a escolha da campanha branca tivesse prémio eleitoral isso seria um péssimo sinal. Não há saídas para a crise sem esforço. Uma fuga em frente será paga com juros e num futuro próximo.
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