Tesouro sem Mapa
2010/08/16 11:22
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Quando há cerca de dois anos publiquei o “Visto do Alentejo” nº 777 arrisquei um percurso pela simbologia dos números e relembrei as etapas de vida que tinham marcado anteriormente outras crónicas capicuas como a 111, a 222, a 333, a 444, a 555 e a 666. Antecipei também um desejo. Sendo o 8 associado à riqueza, esperava que a crónica 888 (esta) fosse escrita num contexto de crescimento e desenvolvimento sustentável de Portugal, da Europa e do Mundo.
Embora a economia portuguesa e a economia mundial estejam a crescer e Portugal seja um exemplo mundialmente reconhecido de sustentabilidade através da aposta nas energias renováveis, não eram os actuais indicadores de crescimento e emprego que me serviram de referência para formular o meu desejo. A realidade está muito longe da legítima ambição dum mundo melhor, mais justo e com mais oportunidades.
Estes dois anos foram anos de chumbo, estranhos, caóticos, com sucessivas derrocadas e reconstruções na economia mundial, mas em que a sombra do padrão neoliberal nunca deixou de estar presente e de ameaçar ser o mapa do tesouro de todos os recomeços.
Sendo um optimista e acreditando que só a acção transformadora em nome do bem comum dá sentido à participação cívica e à acção política, não me resigno a aceitar que depois de tudo o que vivemos e sofremos nos últimos anos, estejamos condenados a alinhar a economia de acordo com os mesmos mapas que conduziram a economia mundial à estagnação e ao desemprego acrescido.
Objectivamente, na escala dos mapas do futuro, em particular no quadro dos espaços de integração económica como é o caso da UE e em especial da zona Euro, não é possível a um País “fugir” sozinho do padrão globalmente definido. Pode e deve participar no desenho, mas não pode sair da rota sem assumir a quebra com o colectivo que integra.
É por isso, antes de mais, no plano supranacional e até mesmo supra institucional que o combate ideológico tem que ser travado, tendo presente que num quadro de complexidade e de globalização, o tesouro da sustentabilidade e do desenvolvimento harmonioso não poderá um simples mapa alternativo à cartilha neoliberal.
Nem deve aliás ser um mapa, mas antes um tesouro definido de forma diferente e que se poderá aceder a partir duma diversidade de abordagens complementares.
Opor à dogmática dos mercados, uma outra qualquer dogmática de raiz ideológica, por muito bem-intencionada que seja, pode conduzir-nos a uma situação já vivida no passado, em que pouco ou nada se ganhando na economia, tudo se arrisca na liberdade.
No quadro da nova sociedade global e em rede, o crescimento para ser sustentável e consistente, não dispensando as visões agregadoras como referência, tem ser alicerçado nas vontades das comunidades e das pessoas, traduzidas em escolhas democráticas que expressem uma ética de justiça social e se concretizem no quotidiano reflectindo os valores centrais da liberdade e da equidade.
O futuro é um tesouro sem mapa porque é um tesouro que se esconde, descobre e revela em cada um de nós e na nossa capacidade de agir, lutar, acreditar, transformar, cooperar e induzir a dinâmica de mudança que comanda a vida.
Embora a economia portuguesa e a economia mundial estejam a crescer e Portugal seja um exemplo mundialmente reconhecido de sustentabilidade através da aposta nas energias renováveis, não eram os actuais indicadores de crescimento e emprego que me serviram de referência para formular o meu desejo. A realidade está muito longe da legítima ambição dum mundo melhor, mais justo e com mais oportunidades.
Estes dois anos foram anos de chumbo, estranhos, caóticos, com sucessivas derrocadas e reconstruções na economia mundial, mas em que a sombra do padrão neoliberal nunca deixou de estar presente e de ameaçar ser o mapa do tesouro de todos os recomeços.
Sendo um optimista e acreditando que só a acção transformadora em nome do bem comum dá sentido à participação cívica e à acção política, não me resigno a aceitar que depois de tudo o que vivemos e sofremos nos últimos anos, estejamos condenados a alinhar a economia de acordo com os mesmos mapas que conduziram a economia mundial à estagnação e ao desemprego acrescido.
Objectivamente, na escala dos mapas do futuro, em particular no quadro dos espaços de integração económica como é o caso da UE e em especial da zona Euro, não é possível a um País “fugir” sozinho do padrão globalmente definido. Pode e deve participar no desenho, mas não pode sair da rota sem assumir a quebra com o colectivo que integra.
É por isso, antes de mais, no plano supranacional e até mesmo supra institucional que o combate ideológico tem que ser travado, tendo presente que num quadro de complexidade e de globalização, o tesouro da sustentabilidade e do desenvolvimento harmonioso não poderá um simples mapa alternativo à cartilha neoliberal.
Nem deve aliás ser um mapa, mas antes um tesouro definido de forma diferente e que se poderá aceder a partir duma diversidade de abordagens complementares.
Opor à dogmática dos mercados, uma outra qualquer dogmática de raiz ideológica, por muito bem-intencionada que seja, pode conduzir-nos a uma situação já vivida no passado, em que pouco ou nada se ganhando na economia, tudo se arrisca na liberdade.
No quadro da nova sociedade global e em rede, o crescimento para ser sustentável e consistente, não dispensando as visões agregadoras como referência, tem ser alicerçado nas vontades das comunidades e das pessoas, traduzidas em escolhas democráticas que expressem uma ética de justiça social e se concretizem no quotidiano reflectindo os valores centrais da liberdade e da equidade.
O futuro é um tesouro sem mapa porque é um tesouro que se esconde, descobre e revela em cada um de nós e na nossa capacidade de agir, lutar, acreditar, transformar, cooperar e induzir a dinâmica de mudança que comanda a vida.
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