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Europeus - Valorizar o que nos une ?




 

O debate sobre a União Europeia e o seu futuro está ao rubro. O voto de maioritário pela saída do Reino Unido expresso pelos eleitores britânicos e o crescimento dos movimentos populistas e nacionalistas um pouco por toda a Europa coloca esta questão no topo da atualidade.

 

É por isso muito importante conhecer o que pensam os Europeus e quais as suas expetativas. Mais do que de grandes proclamações, o futuro do projeto europeu depende das respostas que puderem ser dadas a essas expectativas, desejos e ambições.

 

O Parlamento Europeu realizou esta primavera dois Barómetros muito interessantes sobre o que pensam e querem os europeus, usando como base os 28 países da União.

 

No estudo global sobre as expetativas dos europeus, os mais velhos (idade superior a 55 anos) querem que a UE tenha como prioridades a luta contra o terrorismo, contra a evasão fiscal, a proteção das fronteiras externas, a agricultura e a política industrial. Já o segmento dos europeus novos (entre os 15 e os 39 anos) dá prioridade ao combate ao desemprego e à proteção ambiental. Quando se consideram questões de género, as mulheres dão realce à saúde e à proteção social, enquanto os homens destacam a política industrial e a política externa.

 

Um outro envolveu focou-se nos mais jovens (neste caso com idades entre os 16 e os 30 anos) e visou identificar as suas perceções sobre a realidade em que vivem no quadro da União. Como se sentem inseridos na sociedade europeia e na sua sociedade nacional e como estão abertos a tirar partido das oportunidades da pertença ao espaço alargado da União.

 

A maioria dos jovens inquiridos tem uma perceção de exclusão, ou seja, sentem que foram marginalizados das oportunidades económicas e sociais nos seus países devido ao contexto de crise prevalecente. Consideram também que as novas tecnologias podem favorecer a participação democrática, sabem pouco e manifestam interesse em saber mais sobre as Instituições Europeias e os seus programas e dão grande prioridade aos temas ambientais e às alterações climáticas.

 

Uma fratura relevante identifica-se entre os jovens que já viajaram ou estudaram fora dos seus países de origem e os que não o fizeram. Os que têm experiencia de trabalhar, estudar ou simplesmente viajar no espaço da União, estão mais abertos a repetir essas práticas do que os outros, assumem o espaço da União como o seu território de vida e de oportunidade.

 

A partir destes barómetros fica clara a linha que a UE deveria seguir para reconquistar uma sólida maioria de apoio ao seu projeto. Os europeus querem viver num espaço de livre circulação mas seguro. Querem sentir-se informados e incluídos e exigem transparência e justiça. Abraçam a modernidade mas valorizam o papel base da agricultura e da política industrial. Querem um Estado Social funcional e uma economia capaz de gerar oportunidades de emprego em particular para os mais jovens.

 

Dirão os leitores que estes dados não surpreendem. Talvez não, mas tê-los bem presentes ajudará certamente todos os que têm que decidir no espaço da União Europeia a não dispersar esforços e a dar sentido a uma conclusão chave das análises. O que une os europeus ainda é bem mais do que aquilo que os separa. Até quando?

 

 

 

  

 
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