O Partido Socialista (PS) ganhou as eleições legislativas disputadas em 27 de Setembro de forma clara e inequívoca.

O PS perdeu votos e mandatos em relação às eleições legislativas de 2005. Importa no entanto recordar os diferentes contextos em que estas eleições se realizaram.

Em 2005 o PS era a alternativa a uma governação falhada e a uma solução política desfeita e sem credibilidade. Em 2009 o PS propôs uma nova legitimação de políticas reformistas que afrontaram muitos interesses particulares e sectoriais e sujeitou-se a sufrágio na ressaca da maior crise económica mundial dos últimos 80 anos.

Neste quadro a vitória folgada e consistente do PS é um grande resultado. É também uma enorme responsabilidade, porque o seu programa reformista pode e deve prosseguir em diálogo com a sociedade e com as forças políticas que para isso estiverem disponíveis.

O mau resultado do PSD tem também uma mensagem clara. Os portugueses mostraram desejar uma afinação na governação progressista do PS, mas não subscreveram e recusaram de forma liminar e absoluta a alternativa conservadora que lhe foi proposta.

É com este espírito que o PS deve assumir a votação e o mandato de governação que recebeu. Um espírito que sintetizo numa ideia; Maioria relativa, responsabilidade absoluta.