AECI 2009 - Valeu a Pena?
2010/01/10 02:04
| Malha Larga
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O ano de 2009 foi o Ano Europeu da Criatividade e Inovação, dando origem á realização de múltiplas iniciativas no plano europeu e em cada um dos 27 Estados Membros e à criação de dinâmicas e de movimentos que perdurarão para além dele. Ao mesmo tempo, 2009 foi também um ano de enorme turbulência económica à escala global e de mudança institucional no plano europeu.
A avaliação do impacto e dos resultados do AECI 2009 não pode ser dissociado do contexto económico e político em que ele decorreu. Aquilo que poderia ter sido sobretudo um exercício de mobilização e de dinamização de boas práticas acabou por estar no cerne das políticas europeias e nacionais durante todo o ano. Quer as respostas operacionais, quer as respostas estratégicas à crise confrontaram-se com uma mudança de pressupostos e de quadros de referência que exigiram um forte recurso à criatividade e á inovação.
Num quadro de forte incerteza e de grande pressão das sociedades sobre os governos e as instituições, a comunicação conceptual foi naturalmente superada por uma mais forte ênfase na realização pragmática. A minha convicção é que se falou menos do AECI 2009 do que se falaria em outras circunstâncias de maior normalidade, mas em contrapartida praticou-se mais e introduziu-se mais criatividade e inovação na acção dos governos, das instituições, das empresas e da sociedade civil.
A chamada dos princípios e dos valores estruturantes do AECI para o terreno das soluções directas expôs também de forma mais clara algumas das suas fragilidades. De facto a abordagem da criatividade e da inovação, embora tenha um importante fundamento nas qualificações e nas percepções e atitudes de base cultural, tem que ir para além desse ponto de partida e contaminar transversalmente toda a sociedade.
O modelo institucional de coordenação e promoção do AECI 2009 no quadro europeu, muito focado na educação, nas qualificações e na cultura, poderia ter limitado essa possibilidade, mas a pressão da realidade acabou por quebrar barreiras e fazer disseminar a prioridade à criatividade e à inovação por todas as áreas e domínios, tornando-as também componentes centrais nas linhas de prioridade que vão dar origem às novas estratégias europeias e em particular á nova Estratégia de Lisboa 2010 – 2020, agora designada EU- 2020.
Em Portugal o AECI 2009 foi desde o primeiro momento encarado como uma oportunidade para dar um impulso ainda mais forte ao movimento de modernização gerado pela agenda do Plano Tecnológico, e que permitiu desenvolver uma forte parceria para a acção entre o governo, as instituições, as empresas e a sociedade civil.
Foi com esse sentido que a Coordenação Nacional do AECI foi atribuída ao Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, tendo como suporte a mesma rede interministerial.
A prioridade do AECI 2009 em Portugal não foi, porque não fazia sentido, criar uma nova agenda de acção, mas antes abrir e potenciar ainda mais a agenda de promoção do conhecimento, das tecnologia e da inovação já no terreno e reconhecida pela generalidade dos portugueses e dos observadores externos como adequada e eficaz.
Com um programa construído pelos próprios agentes, o objectivo central foi acrescer ao triângulo conhecimento, tecnologia, inovação, um outro triângulo mais focado na atitude e no comportamento, conjugando identidade, mobilidade e criatividade.
As dinâmicas criadas com esta abordagem são exaustivamente abordadas noutros textos desta revista, por quem desempenhou também um papel determinante para que elas se tornassem possíveis. Como Coordenador Nacional do AECI 2009 proponho-me apenas dar um contributo para responder á questão essencial que se coloca sempre que se pretende fazer um balanço ou uma avaliação duma iniciativa como esta. Será que o AECI 2009 valeu a pena?
Do meu ponto de vista valeu, quer na Europa quer em Portugal. Valeu pelo que aconteceu no próprio ano, mas valeu sobretudo pelas sementes deixadas para o futuro, pelas aprendizagens que se fizeram e pelas novas formas de agir que se desenvolveram.
A recuperação económica e social porque todos ansiamos será já uma recuperação no quadro do novo paradigma da criatividade e da inovação, da identidade e do conhecimento, da mobilidade da tecnologia, da cidadania participativa e do reforço do papel das comunidades e das políticas sustentáveis.
São essas as ferramentas que ao estarem disponíveis e testadas, nos auguram que será possível atingir os objectivos europeus e nacionais de combate à pobreza e à exclusão social, tema do ano europeu 2010. Também aí o AECI 2009 estará em avaliação.
Estamos aliás todos em avaliação. A dimensão dos desafios com o mundo se confronta convoca-nos a todos. Convoca a nossa capacidade criativa e de inovação. Convoca em última análise a nossa capacidade de fazer acontecer o que é necessário que aconteça para que Portugal, a Europa e o Mundo progridam de forma justa, harmoniosa e sustentável.
A avaliação do impacto e dos resultados do AECI 2009 não pode ser dissociado do contexto económico e político em que ele decorreu. Aquilo que poderia ter sido sobretudo um exercício de mobilização e de dinamização de boas práticas acabou por estar no cerne das políticas europeias e nacionais durante todo o ano. Quer as respostas operacionais, quer as respostas estratégicas à crise confrontaram-se com uma mudança de pressupostos e de quadros de referência que exigiram um forte recurso à criatividade e á inovação.
Num quadro de forte incerteza e de grande pressão das sociedades sobre os governos e as instituições, a comunicação conceptual foi naturalmente superada por uma mais forte ênfase na realização pragmática. A minha convicção é que se falou menos do AECI 2009 do que se falaria em outras circunstâncias de maior normalidade, mas em contrapartida praticou-se mais e introduziu-se mais criatividade e inovação na acção dos governos, das instituições, das empresas e da sociedade civil.
A chamada dos princípios e dos valores estruturantes do AECI para o terreno das soluções directas expôs também de forma mais clara algumas das suas fragilidades. De facto a abordagem da criatividade e da inovação, embora tenha um importante fundamento nas qualificações e nas percepções e atitudes de base cultural, tem que ir para além desse ponto de partida e contaminar transversalmente toda a sociedade.
O modelo institucional de coordenação e promoção do AECI 2009 no quadro europeu, muito focado na educação, nas qualificações e na cultura, poderia ter limitado essa possibilidade, mas a pressão da realidade acabou por quebrar barreiras e fazer disseminar a prioridade à criatividade e à inovação por todas as áreas e domínios, tornando-as também componentes centrais nas linhas de prioridade que vão dar origem às novas estratégias europeias e em particular á nova Estratégia de Lisboa 2010 – 2020, agora designada EU- 2020.
Em Portugal o AECI 2009 foi desde o primeiro momento encarado como uma oportunidade para dar um impulso ainda mais forte ao movimento de modernização gerado pela agenda do Plano Tecnológico, e que permitiu desenvolver uma forte parceria para a acção entre o governo, as instituições, as empresas e a sociedade civil.
Foi com esse sentido que a Coordenação Nacional do AECI foi atribuída ao Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, tendo como suporte a mesma rede interministerial.
A prioridade do AECI 2009 em Portugal não foi, porque não fazia sentido, criar uma nova agenda de acção, mas antes abrir e potenciar ainda mais a agenda de promoção do conhecimento, das tecnologia e da inovação já no terreno e reconhecida pela generalidade dos portugueses e dos observadores externos como adequada e eficaz.
Com um programa construído pelos próprios agentes, o objectivo central foi acrescer ao triângulo conhecimento, tecnologia, inovação, um outro triângulo mais focado na atitude e no comportamento, conjugando identidade, mobilidade e criatividade.
As dinâmicas criadas com esta abordagem são exaustivamente abordadas noutros textos desta revista, por quem desempenhou também um papel determinante para que elas se tornassem possíveis. Como Coordenador Nacional do AECI 2009 proponho-me apenas dar um contributo para responder á questão essencial que se coloca sempre que se pretende fazer um balanço ou uma avaliação duma iniciativa como esta. Será que o AECI 2009 valeu a pena?
Do meu ponto de vista valeu, quer na Europa quer em Portugal. Valeu pelo que aconteceu no próprio ano, mas valeu sobretudo pelas sementes deixadas para o futuro, pelas aprendizagens que se fizeram e pelas novas formas de agir que se desenvolveram.
A recuperação económica e social porque todos ansiamos será já uma recuperação no quadro do novo paradigma da criatividade e da inovação, da identidade e do conhecimento, da mobilidade da tecnologia, da cidadania participativa e do reforço do papel das comunidades e das políticas sustentáveis.
São essas as ferramentas que ao estarem disponíveis e testadas, nos auguram que será possível atingir os objectivos europeus e nacionais de combate à pobreza e à exclusão social, tema do ano europeu 2010. Também aí o AECI 2009 estará em avaliação.
Estamos aliás todos em avaliação. A dimensão dos desafios com o mundo se confronta convoca-nos a todos. Convoca a nossa capacidade criativa e de inovação. Convoca em última análise a nossa capacidade de fazer acontecer o que é necessário que aconteça para que Portugal, a Europa e o Mundo progridam de forma justa, harmoniosa e sustentável.
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