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Solução Política - A Grécia e o Futuro da UE




A acreditar no oráculo das bolsas e nas informações que circulam pelos bastidores das negociações, é provável (mas incerto até ao último momento) que o problema do financiamento da Grécia encontre no curto / médio prazo uma solução política. A acontecer, será o desfecho mais positivo possível dum braço de ferro brutal.

 

Aproveitando o ligeiro afrouxar do braço da austeridade, é fundamental agora que os que a ela se opõem não aliviem a pressão. Foram os Socialistas e Democratas Europeus, com o inequívoco contributo de Juncker e Draghi, que conseguiram cerzir as pontes para este potencial acordo.

 

Para que a solução conjuntural que está a ser desenhada para a Grécia se transforme num avanço estrutural das regras da União Económica e Monetária, benéfico para toda a zona Euro, é muito importante que os defensores da mudança vejam reforçado o seu mandato pela vontade dos eleitores.

 

 Com governos socialistas e democratas em Itália e França e com o aparente triunfo da ala moderada do Syriza na Grécia, uma vitória dos Socialistas este ano em Portugal e Espanha, a acontecer, mudará os equilíbrios e permitirá à União Europeia voltar a ter como prioridades o emprego e o crescimento sustentável em vez da austeridade. Os eleitores portugueses terão neste outono, mais do que nunca, uma palavra a dizer no futuro da Europa.

 

Realço a ideia determinante de que a solução para a Grécia, a consolidar-se, não resulta de nenhuma abordagem técnica mesquinha e contabilística, mas antes duma abordagem política forte que teve o seu momento mais alto no debate que decorreu na manhã de dia 8 de Julho no Parlamento Europeu, com a presença do Presidente do Conselho (Donald Tusk), do Presidente da Comissão (Jean Claude Juncker), do Presidente do Parlamento Europeu (Martin Schultz) e do Primeiro Ministro Grego Alexis Tsipras. Algumas das intervenções em plenário dos líderes dos diferentes grupos políticos tornaram-se virais. O debate foi sério e construtivo. Não assistimos a uma repetição de posições estanques. Travou-se um combate político inolvidável e com consequências. Na minha perspetiva foi nesse debate que a agulha que apontava perigosamente para a saída da Grécia do Euro se começou a mover no sentido contrário.

 

Por estes dias, outros dossiers de grande importância à escala global parecem estar á beira de encontrarem soluções políticas. O mais marcante é o tema da não proliferação nuclear e em particular o seu impacto nas relações do Irão com a comunidade internacional. Num mundo em disrupção exige-se liderança e capacidade política em vez de mesquinhez tecnocrática.

 

Se no fim do fogo se puder concluir que a crise grega ajudou ao regresso da grande política, terá sido mais um contributo positivo que terá sido dado para o futuro da humanidade.          
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