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Plano de Fuga



 

Na recente interpelação do Bloco de Esquerda sobre a Reforma do Estado, o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas explicitou de forma meridiana o plano de fuga que a maioria gizou para tentar sair com vida política do atoleiro em que meteu o País.

 

Escorados nos calendários, que incluem as eleições alemãs e as autárquicas em Portugal, Passos e Portas tentarão chegar com respiração assistida a Junho de 2014 para depois obterem a alta de um “doente”, que a continuar esta terapia não será mais do que uma ordem de transferência para um nível de cuidados económicos e financeiros ainda mais aprofundados.

 

Disse Portas, e cito a ideia que não a exactidão das palavras, “Recebemos este País como um protetorado e vamos deixá-lo com a soberania restituída”.

 

Acontece que se Portugal é um protetorado isso se deve a um estranho conúbio de Portas, Passos, Jerónimo, Louçã e Apolónia no chumbo do PEC IV. E acontece também que se esta trajectória de empobrecimento e falência económica e social se mantiver a soberania nos mercados que Portas prometia será apenas uma faustosa ilusão, porque um País sem economia, sem crescimento e sem dinâmica de criação de emprego será sempre presa fácil para a especulação dos mercados financeiros.   

 

Estamos perante uma crise política de grande profundidade. Cabe ao mais alto Magistrado da Nação, que tem para isso toda a legitimidade, tomar consciência do caminho para o abismo e tentar evitá-lo ou acreditar no jogo de sombras que habilmente Passos e Portas montaram para tentar passar entre as gotas da chuva até ao final do período se intervenção da Troika em Portugal. Escolher entre atalhar o incêndio que vai destruindo os fundamentos da nossa economia e do nosso tecido social ou deixar arder porque mais cedo ou mais tarde os bombeiros partirão, nem que seja após o rescaldo duma destruição sem precedentes da nossa base produtiva e comunitária.

 

Há decisores, e penso que o nosso Presidente da República está entre eles, que não gostam de decidir sobre pressão política ou da comunicação social. Têm todo o direito de assim procederem. Mas isso não justifica a inacção. Que decidam sobre a consciência da realidade e da sua evolução. Portugal tem que inverter o sentido de marcha e arrancar para um novo rumo e o tempo para que isso aconteça não é eterno.

 

Conhecemos o plano de fuga. Ele é mau para o nosso País. Não podemos ser cúmplices do seu eventual sucesso, que significará o insucesso de todo um povo.

 

 

 

 
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