A prosperidade e os seus inimigos
2014/04/12 12:37
| Diário do Sul, Fazer Acontecer
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Em economia não há milagres, mas há
escolhas e opções. A economia portuguesa é uma pequena economia aberta e muito
sensível a fatores externos, como as crises internacionais na procura ou a
sobrevalorização da moeda.
Só um esforço continuado de
especialização, diferenciação e qualificação pode ir esbatendo estas
fragilidades. Alguns setores em Portugal como agro – alimentar de qualidade, o
calçado, os têxteis técnicos, os moldes, o automóvel, as biotecnologias, as
energias limpas, as tecnologias da informação ou a aeronáutica, apenas para dar
alguns exemplos, já ultrapassaram a barreira da periferia e competem è escala
global.
O esforço que o País precisa é de
continuar a apostar em tornar cada vez mais competitivos a indústria e os
serviços em Portugal, através da criação de boas condições para operarem, de incentivos
e de reforço das estruturas de capital, de manutenção de uma procura interna
moderada mas estável. Este é o caminho da prosperidade, que não é um caminho
fácil mas que é um caminho possível com perseverança e focalização das
políticas públicas.
Este caminho de prosperidade tem muitos
inimigos. Desde logo os especuladores, os promotores de interesses particulares,
os que querem comprar os bens públicos ou explorá-los a pataco e os que vivem
da desgraça alheia para continuarem a capturar votos e influência política.
Sejamos claros. Quer o caminho proposto
pela coligação em funções governativas quer o caminho proposto pela Coligação
Democrática Unitária (CDU) significam um forte empobrecimento do nosso país e
das famílias.
No primeiro caso pela redução dos rendimentos
disponíveis, das oportunidades de emprego, dos salários e das reformas. No
segundo caso por uma saída da Zona Euro que provocaria uma imediata desvalorização
de 30 a 40% do valor real dos ativos e dos salários em Portugal.
Na mesma linha da CDU, o Bloco de
Esquerda (BE) acena com um referendo que além da sua mais do que duvidosa
constitucionalidade, caso conduzisse à rejeição do Euro teria a mesma
consequência.
Já aqui referi e repito. Em 2011, quando
da assinatura do programa de ajustamento, os portugueses não eram ricos. Eram
apenas um pouco menos pobres. O caminho do empobrecimento, seja pela vereda da
direita ou pela vereda da esquerda não nos conduz a bom porto. É preciso ter
coragem e determinação. Estabilizar a economia e lutar pela prosperidade. É esse
o sentido da democracia. Foi e tem que continuar a ser esse o sentido de Abril.
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