A Europa e o Mundo
2010/11/06 20:23
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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O acesso progressivo de muitos milhões de seres humanos a instrumentos básicos da sociedade moderna no domínio dos transportes individuais, dos electrodomésticos, dos computadores e dos instrumentos electrónicos de última geração, está a tornar insustentável o equilíbrio do planeta e a sua sobrevivência.
Não é no entanto razoável dizer a um chinês ou a um indiano que por razões ambientais não pode ter um carro, uma máquina de lavar, uma televisão ou um frigorífico, quando no ocidente a grande maioria das famílias tem acesso a tudo isso, por vezes com evidente excesso e desperdício e já desde há muito tempo.
Nas minhas muitas deambulações pelo planeta tenho falado deste dilema com muita gente. Todos me dizem, por palavras diferentes, a mesma coisa. Os países emergentes não fazem mais do que copiar o modelo em vigor nos países desenvolvidos. Se estes países querem mudar o destino do globo têm que começar por se mudar a si próprios.
Em síntese se o ocidente desenvolver um modelo económico mais inteligente, verde e inclusivo, isso poderá vir a contaminar mundo com a mesma força que o modelo com que o modelo consumista o está a contaminar neste momento.
É evidente que esta ideia que aqui partilho gera interrogações legítimas. Tem o ocidente o direito de querer condicionar com o seu modelo o modelo de desenvolvimento do globo? Porque terá que ser o resto do planeta a copiar o ocidente e não o contrário? Não seria preferível um processo de desenvolvimento múltiplo e com modelos diversos e complementares?
Em teoria responderia a estas questões duma forma diferente do que aquilo que a vivência pragmática que leva a responder.
Era melhor a diversidade, mas o que se está a verificar é uma globalização comportamental induzida pelos “media”. Era melhor um modelo de interacção mas o que vemos é a cópia do modelo materialista e consumista do ocidente à medida que algumas zonas do globo vão acedendo a mais recursos. Era melhor que ninguém copiasse ninguém, mas já que o processo é de cópia, ao menos que se melhore o original.
O conforto desta abordagem pragmática é que ela tem todos os ingredientes para ser duplamente benéfica. Numa globalização mais sustentável o ocidente tem mais potencial competitivo e o mundo pode desenvolver-se de forma mais equitativa, com menos assimetrias e menos prejuízo da qualidade vida e da preservação ambiental.
Se a Europa se focar num modelo inteligente de desenvolvimento económico e social pode dar um bom contributo para o futuro do continente e para o futuro do mundo. Se permanecer na letargia dos jogos de casino acordará mais cedo ou mais tarde no meio dum pesadelo que recusará, mas cuja autoria por intenção ou por negligência todos lhe atribuirão.
Não é no entanto razoável dizer a um chinês ou a um indiano que por razões ambientais não pode ter um carro, uma máquina de lavar, uma televisão ou um frigorífico, quando no ocidente a grande maioria das famílias tem acesso a tudo isso, por vezes com evidente excesso e desperdício e já desde há muito tempo.
Nas minhas muitas deambulações pelo planeta tenho falado deste dilema com muita gente. Todos me dizem, por palavras diferentes, a mesma coisa. Os países emergentes não fazem mais do que copiar o modelo em vigor nos países desenvolvidos. Se estes países querem mudar o destino do globo têm que começar por se mudar a si próprios.
Em síntese se o ocidente desenvolver um modelo económico mais inteligente, verde e inclusivo, isso poderá vir a contaminar mundo com a mesma força que o modelo com que o modelo consumista o está a contaminar neste momento.
É evidente que esta ideia que aqui partilho gera interrogações legítimas. Tem o ocidente o direito de querer condicionar com o seu modelo o modelo de desenvolvimento do globo? Porque terá que ser o resto do planeta a copiar o ocidente e não o contrário? Não seria preferível um processo de desenvolvimento múltiplo e com modelos diversos e complementares?
Em teoria responderia a estas questões duma forma diferente do que aquilo que a vivência pragmática que leva a responder.
Era melhor a diversidade, mas o que se está a verificar é uma globalização comportamental induzida pelos “media”. Era melhor um modelo de interacção mas o que vemos é a cópia do modelo materialista e consumista do ocidente à medida que algumas zonas do globo vão acedendo a mais recursos. Era melhor que ninguém copiasse ninguém, mas já que o processo é de cópia, ao menos que se melhore o original.
O conforto desta abordagem pragmática é que ela tem todos os ingredientes para ser duplamente benéfica. Numa globalização mais sustentável o ocidente tem mais potencial competitivo e o mundo pode desenvolver-se de forma mais equitativa, com menos assimetrias e menos prejuízo da qualidade vida e da preservação ambiental.
Se a Europa se focar num modelo inteligente de desenvolvimento económico e social pode dar um bom contributo para o futuro do continente e para o futuro do mundo. Se permanecer na letargia dos jogos de casino acordará mais cedo ou mais tarde no meio dum pesadelo que recusará, mas cuja autoria por intenção ou por negligência todos lhe atribuirão.
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