Viver 2014
2013/12/22 11:23
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Estamos a chegar ao fim de
mais um ano. Um ano difícil para a maioria dos portugueses e um ano que termina
sem que as expetativas de mudança para o ano que aí vem possam ser
sustentadamente optimistas.
No plano político só as eleições europeias
estão agendadas e não obstante serem de enorme importância, não serão
suficientes por si só para inverter o declive de empobrecimento em que a nossa
sociedade foi colocada pelo governo em funções.
Neste contexto há um apelo que
não posso deixar de fazer aos meus leitores. Um apelo a que mais do que
desejos, se comprometam com ações nesta transição de ano. Que cada passa de uva
deglutida ao tocar do sino não traduza um pedido mas um decisão. Ou que pelo
menos meia dúzia dessas passas de desejo e compromisso sejam meia dúzia de
decisões de participação na mudança que o País precisa e que começa em cada um
de nós.
Cada um de nós vota
diariamente quando participa activa ou passivamente na vida da sua comunidade.
Esse voto tem que ser determinante para tornar claro a quem decide que não
aceitamos mais a humilhação a que temos sido sujeitos por quem nos governa com
a legitimação do voto popular e ao mesmo tempo com a submissão aos desígnios
dos mercados especulativos.
O futuro é incerto excepto
quando somos nós a desenhá-lo. As instituições democráticas emanam das pessoas.
Eles somos nós. Somos nós que os escolhemos e somos nós que em cada momento nos
pronunciamos sobre o seu desempenho.
Temos o direito e o dever da
indignação, mas temos sobretudo o direito e o dever e o direito da ação. Não da
ação violenta ou subversiva mas da ação mobilizadora e clarividente para ser
parte da alternativa e da mudança.
Portugal precisa de um novo
rumo. O Partido Socialista como grande Partido da oposição é também o principal
garante da alternativa.
Sublinho alternativa e não
alternância e ao sublinhar alternativa deixo como ilustração um desafio de
participação na convenção que vai consolidar essa alternativa. Uma convenção aberta
a todas e a todos e à distância de um clique e de uma inscrição em www.novorumoparaportugal.pt.
Apelo à participação nesta ou noutras acções de outras forças políticas ou
movimentos sociais.
José Gil identificou com
particular lucidez o nosso “medo de existir” e tendência para a “não inscrição”
ou seja para reservarmos um lugar na bancada da crítica em vez de entrar no
campo onde as coisas se jogam. Mas essa opção já não é válida. Temos que ir a
jogo. Em 2014, viver é preciso.
PS: o final do ano costuma-se eleger a Personalidade do Ano. Há muito
tempo que não tinha tanta certeza em fazer a minha escolha. Francisco, o Papa.
Que ele nos inspire a todos.
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