Potência Relacional (uma visão geoestratégica do papel de Portugal no mundo)
2011/02/25 23:06
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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O mundo vive tempos de mudança, turbulência e imprevisibilidade. Fazer prospectiva neste contexto é um exercício arriscado. Penso no entanto que no quadro da globalização galopante se vão afirmar diversas potências regionais (a que alguns politólogos preferem chamar impérios) que terão uma relação de competição e cooperação crispada.
Estados Unidos da América, China, Brasil, Índia, Rússia, África do Sul ou Turquia são alguns exemplos de potências regionais indiscutíveis. A União Europeia pode afirmar-se como uma potência regional, implodir ou ser apenas uma zona sob influência marcante da potência alemã.
E Portugal? Poderá ser uma potência regional como auguravam algumas profecias? Penso que não tem dimensão económica para isso. Quanto muito poderá integrar uma UE aprofundada no plano político e assumida como potência regional. Mas mesmo que isso aconteça, penso que a grande oportunidade para Portugal é a sua afirmação como potência relacional, geradora e gestora de relações entre impérios, tirando partido da matriz multicultural, da diáspora e do seu peso diplomático muito superior ao peso económico.
Um mundo com paz tem que ser um mundo interdependente e em que as fricções competitivas tenham válvulas de escape e plataformas de articulação. Alguns países pela sua história e identidade são particularmente vocacionados para desempenhar esse papel. É o caso do Chile na ligação entre as Américas e a Ásia, da Coreia do Sul no contraponto, de Singapura, da Holanda, da Irlanda ou de Portugal. Estes são apenas alguns exemplos de países charneira que mais do que potências regionais podem e devem ambicionar ser potências relacionais.
Uma potência relacional é por definição um País que se relaciona com facilidade á escala global. Portugal fez uma demonstração inequívoca desse potencial na recente eleição para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas também no domínio das potências relacionais faz sentido alguma diferenciação. A nossa assenta num triângulo chave traduzido na ligação Europa – América do Sul – África com o fio condutor da língua portuguesa que une espaços de futuro como Angola e os diferentes Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOPS) e o Brasil.
Este triângulo estratégico tem um vértice chave na relação atlântica com os EUA e na interacção global com a China e a Índia, grandes potências regionais emergentes, a que nos ligam laços históricos e identitários profundos.
Num tempo de globalização acelerada Portugal é a mais desenvolvida Nação Global. Temos mais de 50% do nosso povo espalhado pelas “sete partidas” do globo. Somos cidadãos do mundo, cosmopolitas e visionários.
A territorialização forçada e estrita asfixia-nos e empobrece-nos. É como potência relacional que temos futuro e contamos cada vez mais no contexto mundial. É com esse estatuto que podemos ambicionar realizar o nosso sonho de sermos pioneiros nas novas navegações do século XXI.
Estados Unidos da América, China, Brasil, Índia, Rússia, África do Sul ou Turquia são alguns exemplos de potências regionais indiscutíveis. A União Europeia pode afirmar-se como uma potência regional, implodir ou ser apenas uma zona sob influência marcante da potência alemã.
E Portugal? Poderá ser uma potência regional como auguravam algumas profecias? Penso que não tem dimensão económica para isso. Quanto muito poderá integrar uma UE aprofundada no plano político e assumida como potência regional. Mas mesmo que isso aconteça, penso que a grande oportunidade para Portugal é a sua afirmação como potência relacional, geradora e gestora de relações entre impérios, tirando partido da matriz multicultural, da diáspora e do seu peso diplomático muito superior ao peso económico.
Um mundo com paz tem que ser um mundo interdependente e em que as fricções competitivas tenham válvulas de escape e plataformas de articulação. Alguns países pela sua história e identidade são particularmente vocacionados para desempenhar esse papel. É o caso do Chile na ligação entre as Américas e a Ásia, da Coreia do Sul no contraponto, de Singapura, da Holanda, da Irlanda ou de Portugal. Estes são apenas alguns exemplos de países charneira que mais do que potências regionais podem e devem ambicionar ser potências relacionais.
Uma potência relacional é por definição um País que se relaciona com facilidade á escala global. Portugal fez uma demonstração inequívoca desse potencial na recente eleição para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas também no domínio das potências relacionais faz sentido alguma diferenciação. A nossa assenta num triângulo chave traduzido na ligação Europa – América do Sul – África com o fio condutor da língua portuguesa que une espaços de futuro como Angola e os diferentes Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOPS) e o Brasil.
Este triângulo estratégico tem um vértice chave na relação atlântica com os EUA e na interacção global com a China e a Índia, grandes potências regionais emergentes, a que nos ligam laços históricos e identitários profundos.
Num tempo de globalização acelerada Portugal é a mais desenvolvida Nação Global. Temos mais de 50% do nosso povo espalhado pelas “sete partidas” do globo. Somos cidadãos do mundo, cosmopolitas e visionários.
A territorialização forçada e estrita asfixia-nos e empobrece-nos. É como potência relacional que temos futuro e contamos cada vez mais no contexto mundial. É com esse estatuto que podemos ambicionar realizar o nosso sonho de sermos pioneiros nas novas navegações do século XXI.
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