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Uma Campanha de Proximidade




 

As eleições europeias de 25 de Maio são tão ou mais importantes para a vida quotidiana dos europeus em geral e dos portugueses em particular do que umas eleições nacionais. No entanto todos os estudos de opinião preveem para Portugal uma votação abaixo dos 40% nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, o que mesmo com todas as distorções do nosso sistema de recenseamento e com a abstenção técnica por ele gerado é deveras preocupante.

 

Nestas eleições era necessária, mais do que em qualquer outra, uma campanha de proximidade capaz de explicar a cada cidadão o que está em jogo nas eleições. E está muito.

Não é esse no entanto o cenário que se avizinha.

 

 A comunicação porta- a- porta é fundamental mas ninguém consegue por esse método chegar a todos. As televisões não parecem interessadas em informar com um código ético em que as audiências não podem ser critério. Os jornais nacionais embora muito importantes chegam a cada vez menos gente.

 

 Resta-nos a imprensa regional, de que o Diário do Sul é um excelente exemplo, para dar corpo a essa proximidade de propostas e debate. Mas falta o apoio específico para que isto posa acontecer-

 

 É um erro que e vez de anúncios vagos nos horários nobres das Televisões ou pelo menos em acumulação com estes, as entidades competentes, europeias e nacionais, não estabeleçam um protocolo de financiamento de espaços de debate de proximidade na imprensa regional que vai sobrevivendo e resistindo.

 

Este texto constitui a minha crónica número mil e noventa e um no Diário do Sul. Mais de vinte anos de fidelização semanal duma relação entre cronista e eleitores. Sei bem como este Diário chega junto das pessoas, entre nas casas dos alentejanos da região e da diáspora, nos cafés, nos barbeiros e nos serviços. É um elo de ligação como são ainda uma mão cheia de outros diários e semanários regionais que vão resistindo á crise.

 

Se queremos reanimar a cidadania participativa temos que começar pela comunicação de proximidade. As redes sociais de que sou utilizador frequente permitem essa proximidade com muita gente mas não substituem os jornais e as rádios de âmbito regional ou local.

 

Talvez tenha tomado consciência maior desta lacuna por estar diretamente envolvido nesta eleição. O meu compromisso é tudo fazer para alterar esta situação. Num tempo em que assinalamos 40 anos de Abril a progressiva asfixia da comunicação social de proximidade é um dos sintomas da doença que tem vindo a contaminar a nossa democracia.

 

Aproveito esta coluna num Diário Regional saudável e resistente para dizer que é preciso passar das palavras aos atos, separar o trigo do joio e apoiar decididamente a imprensa regional de proximidade.

 

Só assim a política também poderá ser mais de proximidade ajudando a um processo de reconciliação dos cidadãos com a participação democrática ativa. Quarenta anos depois de Abril, demos á revolução esta pequena prenda. Ela vai gostar.

 

 

 

          

 

 
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