Portugal 2014 - País Global? (artigo publicado na revista Frontline de Agosto)
2011/08/24 23:08
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As projecções do Banco de Portugal e das principais agências europeias e mundiais de avaliação não deixam esperança para o crescimento económico ou para a redução do desemprego em Portugal nos dois próximos anos.
Em teoria 2012 e 2013 serão anos de recessão controlada para garantir a consolidação macroeconómica. Não é um caminho que me entusiasme, mas não é dele que quero falar nesta crónica. Pretendo antes focar a dimensão qualitativa associada a essa consolidação, ou seja, reflectir sobre o ajustamento estrutural da economia portuguesa e sobre o que neste domínio se joga nos próximos dois anos.
O comportamento da economia portuguesa em 2014 depende da qualidade do ajustamento estrutural que for feito nos próximos dois anos de chumbo (além dos factores externos incontroláveis). O fundamental é que para além da agenda financeira, Portugal não desista das agendas estruturantes de inovação, qualificação e desenvolvimento científico, nem das apostas diferenciadoras em sectores como as energias renováveis, a mobilidade sustentável ou os novos serviços tecnológicos.
Só com estas apostas estruturantes a nossa economia pode ganhar competitividade num quadro de pressão financeira e asfixia de mercado muito acentuados, e só com esse ganho de competitividade podemos chegar a 2014 com um outro posicionamento geoeconómico que nos permita crescer, recuperar emprego e valorizar os nossos recursos e competências.
As exportações são a variável mais saudável da nossa economia. Isso não acontece por acaso. Resulta dum esforço continuado das empresas e das políticas públicas para que os nossos sectores tradicionais e também os sectores emergentes subam na cadeia de valor, se associem nos mercados alvo e se afirmem pela qualidade do design, do saber e da tecnologia incorporada.
Não há crise sistémica que justifique qualquer eventual desfalecimento neste caminho. Começa a desenhar-se um quadro geoestratégico partilhado por potências regionais a que se associam alguns protectorados. No meio desta dicotomia há no entanto espaço para Países Globais que se afirmam pela sua identidade e capacidade de estabelecer redes entre as potências, explorando nichos relacionais de mercado.
Portugal pode ser um País global de grande sucesso. Para isso tem que chegar com vitalidade a 2014, em resultado duma separação inteligente entre consolidação macroeconómica e ajustamento competitivo. Eis o grande desafio que temos pela frente.
Em teoria 2012 e 2013 serão anos de recessão controlada para garantir a consolidação macroeconómica. Não é um caminho que me entusiasme, mas não é dele que quero falar nesta crónica. Pretendo antes focar a dimensão qualitativa associada a essa consolidação, ou seja, reflectir sobre o ajustamento estrutural da economia portuguesa e sobre o que neste domínio se joga nos próximos dois anos.
O comportamento da economia portuguesa em 2014 depende da qualidade do ajustamento estrutural que for feito nos próximos dois anos de chumbo (além dos factores externos incontroláveis). O fundamental é que para além da agenda financeira, Portugal não desista das agendas estruturantes de inovação, qualificação e desenvolvimento científico, nem das apostas diferenciadoras em sectores como as energias renováveis, a mobilidade sustentável ou os novos serviços tecnológicos.
Só com estas apostas estruturantes a nossa economia pode ganhar competitividade num quadro de pressão financeira e asfixia de mercado muito acentuados, e só com esse ganho de competitividade podemos chegar a 2014 com um outro posicionamento geoeconómico que nos permita crescer, recuperar emprego e valorizar os nossos recursos e competências.
As exportações são a variável mais saudável da nossa economia. Isso não acontece por acaso. Resulta dum esforço continuado das empresas e das políticas públicas para que os nossos sectores tradicionais e também os sectores emergentes subam na cadeia de valor, se associem nos mercados alvo e se afirmem pela qualidade do design, do saber e da tecnologia incorporada.
Não há crise sistémica que justifique qualquer eventual desfalecimento neste caminho. Começa a desenhar-se um quadro geoestratégico partilhado por potências regionais a que se associam alguns protectorados. No meio desta dicotomia há no entanto espaço para Países Globais que se afirmam pela sua identidade e capacidade de estabelecer redes entre as potências, explorando nichos relacionais de mercado.
Portugal pode ser um País global de grande sucesso. Para isso tem que chegar com vitalidade a 2014, em resultado duma separação inteligente entre consolidação macroeconómica e ajustamento competitivo. Eis o grande desafio que temos pela frente.
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