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Reinvenção

 A vida é feita de mudança. Em cada momento as circunstâncias e os contextos mudam e apelam à adaptação dos indivíduos, das comunidades, das organizações e da sociedade em geral. A pandemia, que parece finalmente começar a esvair-se, tem vindo a provocar transformações muito fortes, muitas delas estruturais, na forma como vivemos.  É excessivo, na minha perspetiva, proclamar-se que nada voltará a ser como era, mas muitas coisas determinantes no nosso quotidiano nunca mais voltarão a ser como foram.      

Entre 19 e 21 de abril participei na Cimeira Global sobre o Pos-Covid que juntou políticos, cientistas, empresários e ativistas de todo o mundo. O painel em que me coube intervir versava o tema, em tradução livre “Dar as boas vindas às novas formas de trabalhar e de viver, bem como à redução da exclusão digital”.  

 

Durante mais de duas horas de intenso e participado debate foram muitos os temas abordados, desde os riscos do determinismo tecnológico, aos perigos para a democracia decorrentes da manipulação da informação, até aos impactos emocionais das novas formas de trabalhar e viver, às novas oportunidades e ameaças para os territórios, osnegócios e as pessoas e às dinâmicas de reconfiguração das relações económicas, sociais e políticas à escala global.  

 

Não é este o espaço para sintetizar a enorme riqueza da troca de pontos de vista que ocorreu, mas julgo valer a pena sublinhar algo transversal a todo o debate. Algumas abordagens, de cariz mais tecnológico, focaram-se em avaliar como é que aquilo que se fazia antes da pandemia se pode fazer agora de maneira diferente, aproveitando o aumento do acesso das pessoas às plataformas tecnológicas, às redes, às aplicações e também a disseminação de novas competências digitais que foram sendo adquiridas para dar resposta às necessidades do novo contexto.         

 

A mensagem principal que deixei e que aqui reproduzo em síntese, é que não podemos olhar para o processo de transformação apenas como a adoção de uma camada de recursos e práticas virtuais, associadas a novas competências, para com isso viabilizar o que era habitual fazerA grande oportunidade para reduzir as desigualdades e promover a justiça, a coesão, a convergência, a liberdade, a paz e o desenvolvimento,está no aproveitamento da interação entre o virtual e o real para reinventar, não apenas a forma de fazer, mas o que queremos que seja feito. É nas pessoas e não nas tecnologias que reside a esperança.    

 

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