Gato Escondido
2013/06/15 13:51
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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O Governo marcou as Eleições Autárquicas
para o último Domingo de Setembro. Tendo as anteriores eleições decorrido em 11
de Outubro e sendo por tradição Outubro o mês das eleições locais, só uma razão
de força política maior pode ter justificado essa marcação, tanto mais que
todos os Partidos da oposição queriam Outubro e que face às alterações processuais,
quanto mais tempo houver para consolidar o processo eleitoral, mais eficaz e
transparente ele poderá ser.
Aliás, com estes calendários, as listas
terão que ser apresentadas até 5 de Agosto e só poderão ser validadas após
acerto dos cadernos eleitorais, o que demonstra bem os trabalhos de Hércules
que o Governo parece menosprezar.
A razão política maior que fez o governo
escolher a data temerária de 29 de Setembro para as eleições autárquicas salta
à vista de toda a gente.
O
Governo quer que os portugueses votem nas eleições autárquicas sem conhecerem a
razia que se prepara para fazer na economia, nas reformas e nos rendimentos com
o 0rçamento de Estado para 2014. No entanto, por muito que a Maioria tente
ensaiar um jogo de sombras, mesmo em 29 de Setembro o Orçamento de Estado já
será um “gato escondido com o rabo de fora” e pelo rabo todos perceberão a raça
do bicho!
As eleições autárquicas não são
legislativas, mas em determinadas circunstâncias não podem deixar de ter uma
leitura agregada. Por isso cada eleitor tem desta vez, ao escolher a sua junta
de freguesia, a sua assembleia municipal e a sua câmara municipal, uma arma
dupla.
Pode, para usar um ditado popular, “com
uma cajadada matar dois coelhos”, ou seja, escolher a melhor equipa autárquica
para o seu Concelho e exigir uma mudança de ciclo político no País, mostrando o
seu desafecto à maioria de Governo e aos seus candidatos.
Existe neste momento em Portugal uma
maioria política burocrática, esgotada, que sobrevive com o oxigénio que lhe
vem de Belém, mas em simultâneo na sociedade civil emerge um novo movimento de
consenso em torno da opção pelo crescimento e o emprego e pelo combate por uma
Europa solidária e liderante à escala global.
Um movimento a que o PS tem dado voz
desde o primeiro momento mas que vai muito para além da dimensão partidária e atrai
cada vez mais os actores sociais que não desistiram, nem perderam o orgulho em
Portugal, e estão disposto a lutar por isso. Em 29 de Setembro os portugueses
com um só voto podem escolher o melhor para a sua terra e o melhor para o País.
Espero que essa data, que entrou no léxico político devido a uma manobra de
fuga, fique na história da nossa democracia como um extraordinário momento de
viragem.
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