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Compromisso 2016




Desde que me recordo (a tradição já é bem vetusta) pela passagem de ano costumo juntar à euforia simbólica desse ritual de passagem, devidamente regado por uns goles de champanhe, o deglutir de 12 passas de uva acompanhadas de 12 desejos para o ano vindouro. Devido às passas, ou mais provavelmente devido à razoabilidade dos pedidos, não tenho razões de queixa na sua concretização, pelo que não deixou de ter sido “arriscado” mudar a tradição. Mas mudei.

 

Este ano decidi fazer diferente. O que ensaiei neste ritual de passagem e que aqui partilho convosco, foi outra forma de olhar os tempos, convergente com a ideia de sermos protagonistas do nosso futuro e não espectadores passivos do que ele nos reserva, no eterno jogo de dados da existência.

 

Fiz em devido tempo pedidos de saúde e sorte para familiares e amigos mas não os associei ao ritual das 12 passas. No momento da transição do ano, saboreando lentamente as passas de uva, estabeleci comigo próprio 12 compromissos de ação, porque nos tempos em que vivemos as ideias para ganharem sentido precisam cada vez mais de ser transformadas em ações concretas.

 

Segundo a tradição, os desejos associados às passas não devem ser divulgados aos outros sob pena de perderem o seu efeito. Por analogia, também não vou revelar em pormenor os compromissos que estabeleci comigo mesmo. Mas conhecendo os meus leitores as prioridades da minha ação cidadã, certamente intuirão que a sua maioria se centrou na necessidade de neste ano, todos juntos, salvarmos o essencial do grande projeto de paz e prosperidade que tem que continuar a ser a União Europeia.

 

De facto, não sendo já o centro económico nem geopolítico do mundo, a União Europeia é no entanto um importante centro de referência em termos de cidadania, democracia, sensibilidade social, tolerância, aceitação da diversidade e inovação social.

 

No projeto europeu, algumas linhas de progresso dada por adquiridas estarão este ano em risco de retrocesso. Impedir que isso aconteça terá um impacto forte no mundo na sua globalidade, mas também no nosso País, nas nossas comunidades e na vida de cada um de nós em particular.

 

Em Portugal ensaia-se, até agora com bons resultados, a demonstração que há outros caminhos para pertencer com rigor à zona EURO, para além da austeridade cega, da redução a níveis mínimos da remuneração do trabalho e do incentivo à emigração dos nossos quadros mais qualificados.

 

 A União Europeia, em risco de perder a Grã-Bretanha por referendo e alguns Países de Leste por incumprimento dos seus princípios aglutinadores, tem que se amarrar às novas agendas mobilizadoras, como a União Económica e Monetária, a União Digital ou a União da Energia, para a partir daí se reconfigurar e reencontrar no caminho.

 

Prometi dar tudo de mim por estes combates, em particular pelos dois últimos para que a vida me preparou melhor. Alguns pensarão, e eu respeito, que são escolhas tecnocráticas e não afetivas. Não são. Nesses tabuleiros joga-se o emprego, a inclusão, a equidade e a sustentabilidade do Planeta. Merecem bem as doze passas saborosas que firmam o meu compromisso cívico para 2016.          
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