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Zombies (Estratégias Universitárias de Cooperação)




 

Com a presença de Pedro Passos Coelho (PPC), que na ocasião aproveitou para com nada se comprometer como já vem sendo habitual, as Universidades do Porto, do Minho e de Trás-os-Montes criaram um consórcio universitário a que chamaram UNorte.pt. Depois da fusão bem sucedida da Universidade Técnica e da Universidade Clássica de Lisboa sob a batuta determinada de Sampaio da Nóvoa e António Rendas, este é o mais importante sinal de responsabilidade e de proactividade do nosso sistema universitário público, face aos desafios de escala e de financiamento que enfrenta.

 

Perante a importância e o significado do momento, o discurso do PPC pareceu um discurso de Zombie. No entanto houve um momento relevante. Não aquele momento mesquinho em que voltou a dizer que só investiria na nova grande Universidade do Norte se as circunstâncias o permitissem, sem perceber que é ao contrário, e que é o investimento no conhecimento que gera capacidade competitiva e recursos, mas o momento em que desafiou os outros Reitores presentes para seguirem o exemplo.

 

Lisboa já se agrupou, o Norte também e o Centro vai a caminho. A pergunta que faz sentido nesta coluna “sulista” é o que vai acontecer com as Universidades do Sul? Em primeiro lugar, deve questionar-se se faz sentido ou não separar as Universidades dos Politécnicos? Se assim for resta pouco por onde escolher. Universidade de Évora e Universidade do Algarve com uma eventual parceria com a Nova de Lisboa, deverão avançar depressa para a USul.pt.

 

Sem certezas, até porque nos últimos anos tenho estado mais afastado do terreno concreto do mundo universitário, penso no entanto que em zonas com menos massa crítica, não deve ser excluída a hipótese de fazer redes mistas, integrando universidades e politécnicos. Neste caso a geometria pode ser muito variável. Uma ligação de Portalegre ao Sistema do Centro, com as Universidades e os Politécnicos de Castelo Branco e da Guarda poderia fazer algum sentido. Da mesma forma é conhecida a atração de Beja por uma ligação preferencial ao Algarve, tendo em conta a histórica conflitualidade com a “Praça do Giraldo”.

 

A pergunta que resta é o que fazer com a Universidade de Évora. Afirmá-la internacionalmente como um Pólo das Universidades Europeias Património Mundial faz todo o sentido mas não chega.

 

Para mim, e apenas caso Portalegre e Beja não queiram integrar uma parceria preferencial com Évora, o que não deve ser dramatizado, o triângulo vencedor seria uma Associação com Setúbal para a dimensão tecnológica, com Santarém para as ciências da terra e com a Universidade Nova para as ciências económicas e sociais.

 

Sei que esta proposta dará discussão e terá muitas fragilidades. Confesso que a faço de forma intuitiva. Aceito por isso e peço mesmo todos os contributos críticos.

 

 Só quero lançar o debate. Essa é a forma de servir a minha Universidade, a minha região e o meu País. Zombies, a assistir por passividade ou medo ao avanço dos outros, não chegaremos a lado nenhum. Um bom debate pode-nos ajudar a encontrar um bom porto.

 

 

 

 

 

 

 
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