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Se a Coruja Votasse (empate técnico - versão 3000 caracteres)

Porque será que uma Coruja das Torres irrompeu no meu quintal quando estava a terminar esta crónica, obrigando-me a fazer relato da ocorrência para dar conta do estado de espírito com que a termino? Talvez seja porque ando há que tempos para escrever sobre a importância dos “Tulipas Negras” cujo segredo Margarida Pedrosa me “contou” e que eu não posso contar para não tirar prazer à leitura do seu magnífico roteiro de história e fantasia.

De facto, ando há muito para escrever sobre o “Segredo dos Tulipas Negras”, livro que a Margarida me ofereceu e eu li de um fôlego. No entanto acabo sempre por sucumbir à actualidade, como hoje também sucumbi. Vai daí recomendo que leiam o livro porque até Setembro vai-me fugir cada vez mais o dedo para a política e menos para a literatura!

As sondagens mais recentes sobre o sentimento político no País exprimem um inequívoco impasse. Os portugueses estão indecisos e divididos e isso não acontece por acaso. Quatro anos de políticas determinadas de modernização colocaram Portugal num novo patamar competitivo. O contexto atingido, longe de ser perfeito, induz maior responsabilidade aos diversos actores individuais e colectivos. Esta nova exigência de responsabilidade e ambição é a meu ver a principal razão do impasse político. Um impasse que poderá ter um desenlace virtuoso se a mudança no contexto tiver tido impacto real na atitude e na confiança dos portugueses.

Acomodados numa longa tradição de foco na desculpa para não enfrentarem com determinação os desafios e as oportunidades, muitos portugueses hesitam ainda, talvez inconscientemente, entre escolher uma proposta de negação que cobre todos os fracassos ou uma visão de ambição e arrojo que exige uma maior exposição e compromisso. O impasse que os estudos de opinião revelam é muito mais do que uma similitude pontual de intenções de voto. É um empate entre os que querem arriscar e os que preferem travar. Entre os que querem competir no mundo global e os que preferem o refúgio do “jardim à beira mar plantado”. Entre os navegadores e os velhos do Restelo.

A história de Portugal está cheia de empates e de desempates, ora gloriosos ora trágicos. Nenhum empate, por mais cristalizado que esteja, é eterno. Mais cedo ou mais tarde o jogo vai-se decidir por inspiração, acção do árbitro ou pontapés da marca de grande penalidade! Será o desempate que se aproxima um momento de impulso ou um momento de recuo? A decisão colectiva será a prova dos nove da maturidade das nossas gentes para enfrentarem os desafios do mundo global.

Por mim, fiquei com a ideia de que se a Coruja votasse dava luz verde ao futuro! É que ela transbordava de confiança mesmo entre o latir dos cachorros. E a confiança sempre foi e sempre será a chave da mudança e da vitória.
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