Bisca Lambida (Sobre a atitude de Portugal perante a Crise)
2011/11/07 12:07
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Num provocador artigo no Semanário Sol o Arquitecto José Saraiva defendeu que José Sócrates agiu perante a crise como um jogador de casino que acreditando no seu País apostou cada vez mais forte até que a sorte o traiu.
Não foi a sorte mas antes o jogo viciado que levou Portugal para os braços da ajuda externa e que ameaça fazer implodir todo o projecto europeu. Um jogo viciado no plano interno, com a coligação estranha entre a direita e esquerda radical que o derrubou e viciado também no plano europeu com a quebra da solidariedade que era a matriz fundadora da Zona Euro.
Vale a pena no entanto confrontar a atitude temerária de Sócrates, certamente que não isenta de críticas e de erros sobretudo quando olhada com a facilidade com que se “prognostica” depois das coisas acontecerem, com a atitude derrotada e medrosa de Coelho e Gaspar perante o brutal ataque a que Portugal continua a ser sujeito.
Se Sócrates era um jogador de casino então Coelho e Gaspar são especialistas na bisca lambida, de que usam e abusam para passar o tempo e fingir que a crise europeia não é com eles e que o nosso empobrecimento é uma fatalidade do destino.
A verdade é que Portugal é uma nação com oito séculos de História e não pode esmorecer, nem deixar-se empobrecer sem luta. Não podemos ter um papel passivo na crise europeia, nem podemos ser as cobaias dum hiper-liberalismo em que já nem os liberais acreditam.
Não sei o que passa pela cabeça de Coelho e Gaspar? Na de Sócrates passava uma enorme ambição para o seu País, traída pelas circunstâncias internacionais menos favoráveis e por alguns erros nacionais na sua avaliação.
Passará pela cabeça dos nossos actuais governantes, um Portugal o regresso às velhas retóricas do “pobres mas honestos” ou “pobretes mas alegretes”? Quererão fazer de nós jogadores de bisca lambida nas tardes solarengas recordando as gestas do passado para amenizar a angústia? Não desejam outra coisa do que sobreviver à sombra dum protectorado arrogante e sem limites?
Eu desejo. Não recomendo que joguemos no casino mas apelo a que usemos todos os nossos trunfos para ajudarmos a tornar a Europa que temos mais próxima da Europa que desejámos, a que aderimos, e que o mundo precisa para se desenvolver de forma mais pacífica e sustentável.
Não foi a sorte mas antes o jogo viciado que levou Portugal para os braços da ajuda externa e que ameaça fazer implodir todo o projecto europeu. Um jogo viciado no plano interno, com a coligação estranha entre a direita e esquerda radical que o derrubou e viciado também no plano europeu com a quebra da solidariedade que era a matriz fundadora da Zona Euro.
Vale a pena no entanto confrontar a atitude temerária de Sócrates, certamente que não isenta de críticas e de erros sobretudo quando olhada com a facilidade com que se “prognostica” depois das coisas acontecerem, com a atitude derrotada e medrosa de Coelho e Gaspar perante o brutal ataque a que Portugal continua a ser sujeito.
Se Sócrates era um jogador de casino então Coelho e Gaspar são especialistas na bisca lambida, de que usam e abusam para passar o tempo e fingir que a crise europeia não é com eles e que o nosso empobrecimento é uma fatalidade do destino.
A verdade é que Portugal é uma nação com oito séculos de História e não pode esmorecer, nem deixar-se empobrecer sem luta. Não podemos ter um papel passivo na crise europeia, nem podemos ser as cobaias dum hiper-liberalismo em que já nem os liberais acreditam.
Não sei o que passa pela cabeça de Coelho e Gaspar? Na de Sócrates passava uma enorme ambição para o seu País, traída pelas circunstâncias internacionais menos favoráveis e por alguns erros nacionais na sua avaliação.
Passará pela cabeça dos nossos actuais governantes, um Portugal o regresso às velhas retóricas do “pobres mas honestos” ou “pobretes mas alegretes”? Quererão fazer de nós jogadores de bisca lambida nas tardes solarengas recordando as gestas do passado para amenizar a angústia? Não desejam outra coisa do que sobreviver à sombra dum protectorado arrogante e sem limites?
Eu desejo. Não recomendo que joguemos no casino mas apelo a que usemos todos os nossos trunfos para ajudarmos a tornar a Europa que temos mais próxima da Europa que desejámos, a que aderimos, e que o mundo precisa para se desenvolver de forma mais pacífica e sustentável.
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