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O Rei Vai Nu


“O Rei vai nu”



Durante umas semanas o Governo andou a anunciar um milagre económico em Portugal. Um milagre que em boa verdade as pessoas não sentiam, mas que a grande maioria dos comentadores jurava ser um frondoso e auspicioso acontecimento.



Todos se recordam do conto infantil “O Rei vai Nu” em que um ardiloso costureiro mandou o Rei desfilar nu convencendo-o que estava vestido com a mais fina e elegante das sedas. Os súbditos face à fama do costureiro não ousaram dizer aquilo disse, com a sua simplicidade, uma criança. O Rei ia nu.



O que aconteceu com o extinto milagre económico de Passos e Portas tem muitas semelhanças com esta história infantil cheia de moral e de sabedoria. O curioso é que quem denunciou a fraude não foi uma criança. Foi antes o vetusto Fundo Monetário Internacional (FMI), nada mais nada menos que um dos alfaiates que nos têm vindo a talhar roupa cada vez mais apertada e a multiplicar os furos do cinto para além do limite do tolerável.



As reformas em Portugal foram apenas cortes. A estrutura da nossa economia e mesmo da forma como garantimos os serviços públicos não foi alterada nem modernizada. Apenas foi asfixiada por falta de financiamento.



E a seda que “vestia” o Rei? Os tais indicadores? Infelizmente a grande maioria piorou e muitos dos que melhoraram foi apenas porque o Produto (denominador da maioria dos indicadores) desceu e por isso as percentagens subiram mesmo sem alterações no numerador.



Quando vimos agora a Comissão Europeia pedir mais do mesmo, ou seja mais austeridade, importa dizer bem alto: O “Rei vai Nu”, a austeridade com que se veste e nos veste não nos leva a lado nenhum.



Importa aproveitar este momento difícil para fazer escolhas, apostar numa nova economia limpa e com valor acrescentado, valorizar os serviços públicos e quem os proporciona, modernizar as instituições, preparar Portugal para os desafios da globalização no contexto duma zona monetária comum.



E importa repetir que não é só o “Rei” português que vai nu. Também o suserano europeu desfila em pelota! E é isso que temos todos que dizer nas próximas eleições europeias. A Europa tem que voltar a ser um espaço de interesses diferenciados mas convergentes, respeitando os povos que a constituem, mas reforçando o humanismo e o desenvolvimento sustentável como matrizes comuns.



Vamos vestir o Rei com um traje de mudança participada e ambiciosa. Somos Portugal.







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