Praxe e Poder
2014/02/02 13:00
| Malha Larga
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Não vou escrever sobre a tragédia do Meco, mas foi sem dúvida a profusa
discussão provocada por essa tragédia que me motivou a partilhar convosco esta
breve reflexão.
Quando entrei para a Universidade fui recebido por um programa cultural
e social de recepção ao caloiro. Não fui praxado. Tive o gosto de presidir três
anos mais tarde à Associação de Estudantes da minha Universidade. Era uma
Universidade em crescimento. As festas de recepção ao caloiro foram-se tornando
mais ricas e diversificadas, mas as praxes como as vejo hoje relatadas só terão
começado anos depois.
Fui praxado a sério já depois de licenciado, quando após fazer o
Curso de Preparação de Milicianos em Transportes (Boina Castanha) fui colocado
em Cavalaria (Boina Preta) para o resto do Serviço Militar Obrigatório.
A conquista da “Boina Preta” foi
uma aventura inesquecível mas com muitos momentos na fronteira do razoável,
mesmo para jovens militares. O meu segredo foi manter a sobriedade, mas muitos
dos meus colegas de então que não a conseguiram manter viveram
momentos complexos.
Foi sobretudo no Serviço Militar
Obrigatório de que guardo recordações muito positivas que me apercebi do risco
de dar poder discricionário a pessoas que ainda não têm a maturidade para
definir os seus limites. Deve ser essa a chave para podermos manter a tradição
académica dentro daquilo que é saudável, positivo e integrador.
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