O despertar da oposição (eleitoralismo puro)
2009/01/16 21:54
| Malha Larga
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Após alguns meses em que foi alternando silêncios comprometedores com afirmações infelizes ou difusas, a líder da oposição fez finalmente uma proposta clara. Segundo ela, em vez de tomar medidas activas contra a crise, no apoio às empresas, na criação de condições favoráveis à manutenção do emprego em sectores de referência da economia ou no investimento público reprodutivo, o governo deveria proceder a uma baixa generalizada de impostos.
Trata-se duma proposta politicamente consistente, que deve ser saudada com a mesma veemência com merece ser refutada por ser demagógica e puramente eleitoralista, protagonizando um estranho retorno do choque fiscal, já recusado pelos portugueses nas urnas e até por quem agora o propõe.
A ideia do choque fiscal, se já era impraticável e não recomendável na primeira metade da década, é agora absolutamente inapropriada. Significa desistir do País e do seu futuro num momento crítico para a sua afirmação numa economia em crise e em mudança.
Em tempos de dificuldades a força das políticas públicas em conjugação com os esforços da sociedade civil e do tecido empresarial são impulsionadores determinantes da resposta social. Descapitalizar e enfraquecer o Estado nestas circunstâncias não serve ninguém a médio e longo prazo. Provoca apenas uma fugaz ilusão de desafogo enquanto a estrutura de resistência à crise se desfaz como um castelo de areia acossado pela ondulação.
É esta sensação de fugaz desafogo que a líder da oposição quer explorar eleitoralmente, sem se preocupar com a enorme factura que resultaria da prática da inércia e do facilitismo político num tempo de movimento e forte exigência. Não terá sucesso. A cultura de exigência, rigor e reforma que está a ser praticada pelo actual governo é também um bom antídoto contra cantos de sereia desesperados e circunstanciais.
Trata-se duma proposta politicamente consistente, que deve ser saudada com a mesma veemência com merece ser refutada por ser demagógica e puramente eleitoralista, protagonizando um estranho retorno do choque fiscal, já recusado pelos portugueses nas urnas e até por quem agora o propõe.
A ideia do choque fiscal, se já era impraticável e não recomendável na primeira metade da década, é agora absolutamente inapropriada. Significa desistir do País e do seu futuro num momento crítico para a sua afirmação numa economia em crise e em mudança.
Em tempos de dificuldades a força das políticas públicas em conjugação com os esforços da sociedade civil e do tecido empresarial são impulsionadores determinantes da resposta social. Descapitalizar e enfraquecer o Estado nestas circunstâncias não serve ninguém a médio e longo prazo. Provoca apenas uma fugaz ilusão de desafogo enquanto a estrutura de resistência à crise se desfaz como um castelo de areia acossado pela ondulação.
É esta sensação de fugaz desafogo que a líder da oposição quer explorar eleitoralmente, sem se preocupar com a enorme factura que resultaria da prática da inércia e do facilitismo político num tempo de movimento e forte exigência. Não terá sucesso. A cultura de exigência, rigor e reforma que está a ser praticada pelo actual governo é também um bom antídoto contra cantos de sereia desesperados e circunstanciais.
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