O Futuro é Verde
2010/11/05 17:47
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Embora seja conhecida a minha preferência clubística pelos verdes de Alvalade, cujo futuro se apresenta aliás cromaticamente bastante desmaiado, não é o futebol mas antes o futuro sustentável do planeta que inspira esta crónica.
Na varanda do oitavo andar de um Hotel em Nova Delhi, onde me desloquei para apresentar a experiência portuguesa na DIREC 2010 (Delhi Internacional Renewable Energy Conference) acabei de ler um jornal económico indiano de grande circulação e não pude deixar de me impressionar vivamente com duas realidades.
Nova Delhi é uma cidade profundamente poluída. Embora esteja um dia de sol, ao longe não avisto mais do que tufos de nevoeiro e fumo. Ao mesmo tempo em todas as páginas do jornal que acabei de ler há publicidade a novas ofertas no domínio das energias renováveis e empresas anunciando a modificação dos seus sistemas energéticos.
Depois da segurança alimentar e física que está longe de estar resolvida por estas paragens, a qualidade do ar que respiram é a maior preocupação dos habitantes desta cidade, que deveria ser muito mais bonita se um dia pudesse voltar a ser banhada por uma luz límpida e clara.
Nos fóruns internacionais de energia em que tenho tido a oportunidade de participar para apresentar os resultados e as políticas portuguesas no domínio das energias renováveis, discute-se muito a evolução dos preços do petróleo e do carvão, a durabilidade das reservas e os cenários de escassez dos combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que se pondera o desenvolvimento tecnológico das energias renováveis e a sua competitividade de preço e qualidade.
Este racional faz sentido ser tido em conta nas opções tomadas em Londres, Lisboa, Copenhaga ou Nova York, embora sabendo que o inimigo invisível do aquecimento climático está presente em todo o globo. Em cidades como Nova Delhi o racional tem que ser necessariamente outro. Como me disse uma diplomata ocidental radicada na capital indiana, é para ela muito duro e preocupante obrigar a sua filha a crescer naquele quadro de poluição.
Mais tremendo é este flagelo multiplicado pelos milhões indianos que aí vivem e crescem, muitos deles sem nunca saírem da grande metrópole e sem saberem sequer o que é respirar um ar fresco e limpo. E o que digo para Nova Delhi, é válido para centenas de outras metrópoles poluídas e sem qualidade ambiental.
A evolução para um futuro mais verde usando energias renováveis e menos poluentes não é apenas uma questão de disponibilidade ou escassez do gás ou petróleo e do seu preço relativo. É uma questão de sobrevivência, qualidade de vida e equidade. Uma forma de levar ar mais puro a todo o planeta e o acesso à energia aos mais de mil milhões que ainda não a têm.
Na varanda do oitavo andar de um Hotel em Nova Delhi, onde me desloquei para apresentar a experiência portuguesa na DIREC 2010 (Delhi Internacional Renewable Energy Conference) acabei de ler um jornal económico indiano de grande circulação e não pude deixar de me impressionar vivamente com duas realidades.
Nova Delhi é uma cidade profundamente poluída. Embora esteja um dia de sol, ao longe não avisto mais do que tufos de nevoeiro e fumo. Ao mesmo tempo em todas as páginas do jornal que acabei de ler há publicidade a novas ofertas no domínio das energias renováveis e empresas anunciando a modificação dos seus sistemas energéticos.
Depois da segurança alimentar e física que está longe de estar resolvida por estas paragens, a qualidade do ar que respiram é a maior preocupação dos habitantes desta cidade, que deveria ser muito mais bonita se um dia pudesse voltar a ser banhada por uma luz límpida e clara.
Nos fóruns internacionais de energia em que tenho tido a oportunidade de participar para apresentar os resultados e as políticas portuguesas no domínio das energias renováveis, discute-se muito a evolução dos preços do petróleo e do carvão, a durabilidade das reservas e os cenários de escassez dos combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que se pondera o desenvolvimento tecnológico das energias renováveis e a sua competitividade de preço e qualidade.
Este racional faz sentido ser tido em conta nas opções tomadas em Londres, Lisboa, Copenhaga ou Nova York, embora sabendo que o inimigo invisível do aquecimento climático está presente em todo o globo. Em cidades como Nova Delhi o racional tem que ser necessariamente outro. Como me disse uma diplomata ocidental radicada na capital indiana, é para ela muito duro e preocupante obrigar a sua filha a crescer naquele quadro de poluição.
Mais tremendo é este flagelo multiplicado pelos milhões indianos que aí vivem e crescem, muitos deles sem nunca saírem da grande metrópole e sem saberem sequer o que é respirar um ar fresco e limpo. E o que digo para Nova Delhi, é válido para centenas de outras metrópoles poluídas e sem qualidade ambiental.
A evolução para um futuro mais verde usando energias renováveis e menos poluentes não é apenas uma questão de disponibilidade ou escassez do gás ou petróleo e do seu preço relativo. É uma questão de sobrevivência, qualidade de vida e equidade. Uma forma de levar ar mais puro a todo o planeta e o acesso à energia aos mais de mil milhões que ainda não a têm.
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