O Cartaz (mais produtividade, melhores salários)
2011/02/05 11:28
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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A cidade de Évora (e provavelmente todo o País) está pejada de cartazes da CDU com o slogan “mais produção, melhores salários”. Há muito tempo que um cartaz político não me provocava um sentido tão forte de adesão. É isso mesmo que Portugal precisa! Mais produção, para em função dela poder criar mais valor, crescer e remunerar melhor todos os factores incluindo o trabalho.
Claro que não sou ingénuo e sei que o significado da ideia de é necessária mais produção não é coincidente entre mim e os autores do slogan. Aliás seria mais correcto escrever-se “mais produtividade, melhores salários” do que simplesmente “mais produção, melhores salários”. Produzir inicia um processo de criação de valor que só termina com o reconhecimento pelo mercado, através do consumo interno ou da exportação.
A questão chave está no modelo de competitividade em que acreditamos. Nem a ideia de que melhores salários geram mais procura interna e isso sustenta o crescimento é razoável à luz da globalização dos mercados, nem a receita da redução generalizada dos salários para competir é válida tendo em conta a nossa ambição de posicionamento económico e a nossa matriz cultural mais criativa que organizada e desde logo mais apta à inovação pioneira do que à replicação massiva.
Precisamos de ser mais produtivos para substituir importações, aumentar até 40% a contribuição das exportações para o PIB e em função disso chegar a um novo patamar de equilíbrio macroeconómico que responda aos requisitos do Pacto de Estabilidade e Crescimento, proteja o Estado social e permita criar mais e melhores empregos.
No dia 1 de Fevereiro a Comissão Europeia publicou a comparação anual do progresso dos seus Países membros na criação de ferramentas para a produtividade, ou seja, na aposta no conhecimento, na tecnologia e na inovação. Portugal obteve um resultado relevante. Se considerarmos o último quinquénio Portugal foi o País europeu que mais progrediu nestes indicadores. Estamos a convergir com a média europeia a um ritmo de 10% ao ano.
O Estudo (IUS 2010) também mostra que estamos melhores na criação de ferramentas do que na sua transformação em negócio. Esta é a nova etapa do desafio. Temos gente empreendedora (primeiro país da Europa em taxa de empreendedorismo) e muitas empresas inovadoras (4º país da Europa com maior numero de empresas inovadoras) mas precisamos de qualificar a nossa acção, subir na cadeia de valor, incorporar mais conhecimento e tecnologia nos produtos e ter estratégias de cooperação activa para conquistar novos mercados.
É isto que tem estado a ser feito mas a crise obriga a acelerar. Só com este esforço conjunto tem sido possível manter um elevado índice de crescimento das exportações e têm vindo a surgir cada vez mais redes competitivas focadas na internacionalização.
De facto só com mais produção podemos criar mais emprego e melhorar a base salarial dos trabalhadores portugueses. Não com mais produção para as estatísticas mas com mais produção para os mercados. O cartaz da CDU recupera ideias com bolor, mas a solução não está em deitar fora as ideias bafientas. Está em arejá-las e concretizá-las com os critérios da modernidade e no contexto de globalização em que vivemos. Como o governo e a sociedade portuguesa estão a fazer cada vez mais.
Claro que não sou ingénuo e sei que o significado da ideia de é necessária mais produção não é coincidente entre mim e os autores do slogan. Aliás seria mais correcto escrever-se “mais produtividade, melhores salários” do que simplesmente “mais produção, melhores salários”. Produzir inicia um processo de criação de valor que só termina com o reconhecimento pelo mercado, através do consumo interno ou da exportação.
A questão chave está no modelo de competitividade em que acreditamos. Nem a ideia de que melhores salários geram mais procura interna e isso sustenta o crescimento é razoável à luz da globalização dos mercados, nem a receita da redução generalizada dos salários para competir é válida tendo em conta a nossa ambição de posicionamento económico e a nossa matriz cultural mais criativa que organizada e desde logo mais apta à inovação pioneira do que à replicação massiva.
Precisamos de ser mais produtivos para substituir importações, aumentar até 40% a contribuição das exportações para o PIB e em função disso chegar a um novo patamar de equilíbrio macroeconómico que responda aos requisitos do Pacto de Estabilidade e Crescimento, proteja o Estado social e permita criar mais e melhores empregos.
No dia 1 de Fevereiro a Comissão Europeia publicou a comparação anual do progresso dos seus Países membros na criação de ferramentas para a produtividade, ou seja, na aposta no conhecimento, na tecnologia e na inovação. Portugal obteve um resultado relevante. Se considerarmos o último quinquénio Portugal foi o País europeu que mais progrediu nestes indicadores. Estamos a convergir com a média europeia a um ritmo de 10% ao ano.
O Estudo (IUS 2010) também mostra que estamos melhores na criação de ferramentas do que na sua transformação em negócio. Esta é a nova etapa do desafio. Temos gente empreendedora (primeiro país da Europa em taxa de empreendedorismo) e muitas empresas inovadoras (4º país da Europa com maior numero de empresas inovadoras) mas precisamos de qualificar a nossa acção, subir na cadeia de valor, incorporar mais conhecimento e tecnologia nos produtos e ter estratégias de cooperação activa para conquistar novos mercados.
É isto que tem estado a ser feito mas a crise obriga a acelerar. Só com este esforço conjunto tem sido possível manter um elevado índice de crescimento das exportações e têm vindo a surgir cada vez mais redes competitivas focadas na internacionalização.
De facto só com mais produção podemos criar mais emprego e melhorar a base salarial dos trabalhadores portugueses. Não com mais produção para as estatísticas mas com mais produção para os mercados. O cartaz da CDU recupera ideias com bolor, mas a solução não está em deitar fora as ideias bafientas. Está em arejá-las e concretizá-las com os critérios da modernidade e no contexto de globalização em que vivemos. Como o governo e a sociedade portuguesa estão a fazer cada vez mais.
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