O Fundo do Túnel (Revista Frontline de Outubro)
2011/10/19 00:10
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Vivemos um tempo de sacrifícios em nome do cumprimento dum plano de consolidação das contas públicas e de financiamento estrutural da nossa economia. É um plano cuja consistência tem vindo a ser posta em causa pelos fracos resultados duma terapia similar em concretização na Grécia e pela forma descompensada como tem sido aplicado em Portugal, com grande incidência da cobrança fiscal e muito pouco foco na compensação pelo lado da economia e da sua dinamização, ou seja, da criação de riqueza.
A questão mais crítica no entanto tem sido a meu ver a incapacidade do governo transmitir aos portugueses uma mensagem credível sobre os impactos e a justiça relativa dos sacrifícios pedidos.
O que teremos a ganhar no futuro com o esforço actual? Como será afectada a nossa competitividade? Em que sectores seremos líderes e quantos novos empregos serão criados se e quando vencermos o Adamastor da dívida soberana? Haverá uma correspondência entre os que agora se sacrificam e os que virão a ganhar com o controlo dos desequilíbrios macroeconómicos?
Sem uma resposta a estas questões e uma visão mobilizadora para os sacrifícios pedidos, todos os esforços parecerão excessivos e sem sentido. É necessário colocar uma luz de orientação no fundo do túnel e essa luz tem que ser uma ideia forte e motivadora do posicionamento económico e social que ambicionamos para Portugal.
Vivemos entre 2005 e 2010 um tempo de propostas claras. A ideia de um Portugal do conhecimento, da tecnologia e da inovação centrada no Plano Tecnológico melhorou os nossos indicadores mas não foi suficiente para nos imunizar da crise global. O tempo de colher os frutos foi prejudicado por uma forte tempestade.
O novo governo tem uma nova legitimidade. Pode e deve reorientar a caminhada mas não pode dar a ideia que não sabe para onde vai. A luz ao fundo do túnel sempre foi o melhor tónico para as travessias arriscadas.
A questão mais crítica no entanto tem sido a meu ver a incapacidade do governo transmitir aos portugueses uma mensagem credível sobre os impactos e a justiça relativa dos sacrifícios pedidos.
O que teremos a ganhar no futuro com o esforço actual? Como será afectada a nossa competitividade? Em que sectores seremos líderes e quantos novos empregos serão criados se e quando vencermos o Adamastor da dívida soberana? Haverá uma correspondência entre os que agora se sacrificam e os que virão a ganhar com o controlo dos desequilíbrios macroeconómicos?
Sem uma resposta a estas questões e uma visão mobilizadora para os sacrifícios pedidos, todos os esforços parecerão excessivos e sem sentido. É necessário colocar uma luz de orientação no fundo do túnel e essa luz tem que ser uma ideia forte e motivadora do posicionamento económico e social que ambicionamos para Portugal.
Vivemos entre 2005 e 2010 um tempo de propostas claras. A ideia de um Portugal do conhecimento, da tecnologia e da inovação centrada no Plano Tecnológico melhorou os nossos indicadores mas não foi suficiente para nos imunizar da crise global. O tempo de colher os frutos foi prejudicado por uma forte tempestade.
O novo governo tem uma nova legitimidade. Pode e deve reorientar a caminhada mas não pode dar a ideia que não sabe para onde vai. A luz ao fundo do túnel sempre foi o melhor tónico para as travessias arriscadas.
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