Lágrima (Portugueses no mundo)
2010/03/07 23:34
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Tendo em conta que no seu programa se integrava o Fórum Ibérico de Barcelona sobre o tema do Mercado Ibérico da Energia, tive a oportunidade de acompanhar a recente visita do Presidente da República Portuguesa à Comunidade Autónoma da Catalunha e a Andorra. A visita foi focada no aprofundamento das relações económicas e políticas com aqueles territórios, mas nela foi dada uma particular atenção às comunidades portuguesas.
Todas as Comunidades Portuguesas que fazem de Portugal uma nação rede e global são comunidades especiais e as que o Presidente da República agora visitou não fogem á regra.
Em Barcelona encontrámos uma comunidade vibrante, jovem, empreendedora, inovadora e criativa. Em Andorra os portugueses são hoje uma parte estruturante da economia local, actuando em todos os sectores e liderando alguns deles. É difícil percorrer estes trajectos de Portugal no mundo sem uma lágrima sempre pronta a soltar-se de orgulho e de emoção.
Difícil é também a vida dos portugueses da diáspora. Também às suas vidas e às suas comunidades chegou a crise que assola o mundo. Para as autoridades e os povos que os acolhem, os portugueses são contudo vistos como parte da solução para a crise, pela sua fibra e pelo seu empenho. Afinal foi para vencer a adversidade que deixaram a sua terra e largaram a aventura e é esse sentido de missão e de determinação que perpassa da sua vontade e do reviver forte da tradição e da defesa dos valores, da cultura e da identidade nacional que vão fazendo por todo o globo.
Dos muitos momentos desta viagem marcante, pelo tempo e pelo destino, sublinho três que me impressionaram particularmente. O brilho no olhar dos jovens que se juntaram numa recepção de fim de tarde em Barcelona para contar os seus projectos e a forma como a grande cidade os desafiava, o coro de centenas de crianças portuguesas cantando o hino nacional no Auditório do Centro de Congressos de Andorra e a voz una da comunidade portuguesa juntando-se no mesmo espaço aos fados sentidos de Joana Amendoeira.
Foram momentos em que a lágrima de que vos falei esteve mais perto de rolar, lembrando-me que por estar ali não podia partilhar outros momentos de identidade e querer como o Congresso das Açordas de Portel ou o Concerto de Duarte em Évora (outra revelação do fado de nova geração que irrompe por todo o País). Mas foram sobretudo momentos em que ficou mais forte que nunca o contraste entre a nossa grandeza passada e presente como povo cosmopolita e de cidadãos do mundo, da mudança e da descoberta e a mesquinha vozearia que por estes dias vai entorpecendo as vontades e minando a vitalidade da sociedade portuguesa. E foi a revolta deste contraste que soltando a lágrima em tempo a conteve.
Sim, os povos e os Homens não devem ter medo de chorar. Mas este é um tempo em que chorar pode limpar a Alma mas não chega para vencer o desafio.
Este é um tempo de agir. Um tempo de saltar fronteiras com a coragem de partir ou de ficar. De ser mundo e de o ousar mudar. Como os portugueses de Barcelona e de Andorra. Como cada um de nós.
Todas as Comunidades Portuguesas que fazem de Portugal uma nação rede e global são comunidades especiais e as que o Presidente da República agora visitou não fogem á regra.
Em Barcelona encontrámos uma comunidade vibrante, jovem, empreendedora, inovadora e criativa. Em Andorra os portugueses são hoje uma parte estruturante da economia local, actuando em todos os sectores e liderando alguns deles. É difícil percorrer estes trajectos de Portugal no mundo sem uma lágrima sempre pronta a soltar-se de orgulho e de emoção.
Difícil é também a vida dos portugueses da diáspora. Também às suas vidas e às suas comunidades chegou a crise que assola o mundo. Para as autoridades e os povos que os acolhem, os portugueses são contudo vistos como parte da solução para a crise, pela sua fibra e pelo seu empenho. Afinal foi para vencer a adversidade que deixaram a sua terra e largaram a aventura e é esse sentido de missão e de determinação que perpassa da sua vontade e do reviver forte da tradição e da defesa dos valores, da cultura e da identidade nacional que vão fazendo por todo o globo.
Dos muitos momentos desta viagem marcante, pelo tempo e pelo destino, sublinho três que me impressionaram particularmente. O brilho no olhar dos jovens que se juntaram numa recepção de fim de tarde em Barcelona para contar os seus projectos e a forma como a grande cidade os desafiava, o coro de centenas de crianças portuguesas cantando o hino nacional no Auditório do Centro de Congressos de Andorra e a voz una da comunidade portuguesa juntando-se no mesmo espaço aos fados sentidos de Joana Amendoeira.
Foram momentos em que a lágrima de que vos falei esteve mais perto de rolar, lembrando-me que por estar ali não podia partilhar outros momentos de identidade e querer como o Congresso das Açordas de Portel ou o Concerto de Duarte em Évora (outra revelação do fado de nova geração que irrompe por todo o País). Mas foram sobretudo momentos em que ficou mais forte que nunca o contraste entre a nossa grandeza passada e presente como povo cosmopolita e de cidadãos do mundo, da mudança e da descoberta e a mesquinha vozearia que por estes dias vai entorpecendo as vontades e minando a vitalidade da sociedade portuguesa. E foi a revolta deste contraste que soltando a lágrima em tempo a conteve.
Sim, os povos e os Homens não devem ter medo de chorar. Mas este é um tempo em que chorar pode limpar a Alma mas não chega para vencer o desafio.
Este é um tempo de agir. Um tempo de saltar fronteiras com a coragem de partir ou de ficar. De ser mundo e de o ousar mudar. Como os portugueses de Barcelona e de Andorra. Como cada um de nós.
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