Pessimismo Vicioso
2009/12/05 14:29
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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A liberdade de opinião é uma das mais extraordinárias conquistas da nossa democracia. Como todos os sistemas abertos e interligados com as dinâmicas sociais e económicas, a liberdade de opinião gerou um “mercado” para a opinião publicada. Um mercado complexo e com múltiplos nichos e formas de remuneração.
O mercado da opinião tem em Portugal uma característica muito marcada e que reflecte hiperbolicamente algumas das linhas fortes da nossa matriz cultural. É um mercado que valoriza desmesuradamente o pessimismo e desvaloriza o discurso positivo.
A verdade é que pessimismo na opinião publicada vende mais que o realismo mobilizador. Esse facto gera uma espiral viciosa. Mais pessimismo na oferta gera mais pessimismo na procura, a qual estimula a oferta que puxa a procura, estabelecendo-se assim um movimento de erosão da confiança e da auto-estima dos portugueses.
Em resultado desta espiral, o “fim da nação”, o seu esmorecimento, irrelevância ou submersão têm vindo a ser sucessivamente anunciados sem se concretizarem, mas também sem que esses sucessivos erros de análise e previsão belisquem o viço e o capital de credibilidade aparente dos seus profetas.
Os anúncios recalcitrantes de catástrofes financeiras, sociais ou políticas têm sido manifestamente exagerados ao longo destas décadas de democracia, mas o dano por eles provocado tem sido forte e difícil de medir.
A minha convicção é que sendo o pessimismo encartado e informado, uma prática livre e legítima, tem no entanto um forte impacto negativo na sociedade portuguesa, porque se alimenta da tendência nela prevalecente para arranjar boas desculpas para não arriscar e não ousar.
Com o “reforço” da mensagem pessimista perdem-se muitas oportunidades e desvanecem-se muitos projectos, acabando por dar ganho parcial de causa na apreciação dos resultados aos que com o seu discurso inquinam à partida a dinâmica que permitiria ter resultados melhores.
Sou optimista e positivo por natureza, mas neste domínio não tenho grande esperança. A geração mais madura de pessimistas tem já atrás de si uma plêiade de novos pessimistas prontos a engrossar o coro e a substituir qualquer voz que desfaleça ou se atreva a mudar o tom.
Por isso é que os que sobrevivem escrevendo com ambição e coragem de acreditar têm que ser cada vez mais perseverantes. É um combate difícil e com pouco mercado, mas que toca na franja mais rica da sociedade. Na franja que quer mudar e quer vencer. Na que quer quebrar o ciclo vicioso do pessimismo.
O mercado da opinião tem em Portugal uma característica muito marcada e que reflecte hiperbolicamente algumas das linhas fortes da nossa matriz cultural. É um mercado que valoriza desmesuradamente o pessimismo e desvaloriza o discurso positivo.
A verdade é que pessimismo na opinião publicada vende mais que o realismo mobilizador. Esse facto gera uma espiral viciosa. Mais pessimismo na oferta gera mais pessimismo na procura, a qual estimula a oferta que puxa a procura, estabelecendo-se assim um movimento de erosão da confiança e da auto-estima dos portugueses.
Em resultado desta espiral, o “fim da nação”, o seu esmorecimento, irrelevância ou submersão têm vindo a ser sucessivamente anunciados sem se concretizarem, mas também sem que esses sucessivos erros de análise e previsão belisquem o viço e o capital de credibilidade aparente dos seus profetas.
Os anúncios recalcitrantes de catástrofes financeiras, sociais ou políticas têm sido manifestamente exagerados ao longo destas décadas de democracia, mas o dano por eles provocado tem sido forte e difícil de medir.
A minha convicção é que sendo o pessimismo encartado e informado, uma prática livre e legítima, tem no entanto um forte impacto negativo na sociedade portuguesa, porque se alimenta da tendência nela prevalecente para arranjar boas desculpas para não arriscar e não ousar.
Com o “reforço” da mensagem pessimista perdem-se muitas oportunidades e desvanecem-se muitos projectos, acabando por dar ganho parcial de causa na apreciação dos resultados aos que com o seu discurso inquinam à partida a dinâmica que permitiria ter resultados melhores.
Sou optimista e positivo por natureza, mas neste domínio não tenho grande esperança. A geração mais madura de pessimistas tem já atrás de si uma plêiade de novos pessimistas prontos a engrossar o coro e a substituir qualquer voz que desfaleça ou se atreva a mudar o tom.
Por isso é que os que sobrevivem escrevendo com ambição e coragem de acreditar têm que ser cada vez mais perseverantes. É um combate difícil e com pouco mercado, mas que toca na franja mais rica da sociedade. Na franja que quer mudar e quer vencer. Na que quer quebrar o ciclo vicioso do pessimismo.
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