Acordo Desafinado (O maestro falhou)
2012/01/23 13:03
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Nos momentos de crise profunda, as respostas possíveis são sempre respostas políticas. Portugal precisa mais do que nunca de boas respostas políticas. De boas respostas políticas dos Partidos do Governo e dos Partidos de poder actualmente na oposição.
Já aqui escrevi várias vezes que a governação não tem estado à altura do desafio. A dicotomia entre a má governação e a avidez pela ocupação do Estado é evidente e explosiva. Sublinho por contraponto a forma como o PS tem feito oposição usando uma regra de ouro – não propor nem aprovar nada que não pudesse concretizar se fosse governo.
A credibilidade política, sem demagogia e com elevada proximidade é uma resposta à altura dos desafios dos nossos tempos. Pode não exaltar as multidões ou saciar os estados de alma, mas consolida as opções para a construção duma alternativa responsável para Portugal.
Foi essa atitude que mais uma vez prevaleceu na apreciação do Acordo de Concertação Social. O acordo era importante e ajuda Portugal no plano externo, mas está longe de ser um bom acordo.
Quando uma orquestra desafina a culpa pode ser da qualidade dos músicos, mas normalmente a maior responsabilidade é do Maestro. O acordo de concertação social assinado na passada semana é um acordo necessário mas desafinado. Uma desafinação que resulta do enviesamento do maestro e da sua falta de ambição.
O Governo nunca deu mostras de saber o que queria deste acordo de concertação. Coerente só mesmo a partitura em que ignorou o crescimento, o emprego e a qualificação da economia.
Tivemos eventuais reduções de taxas sociais únicas, bancos de horas em vários formatos, aumento de horário de trabalho, modelização de férias e feriados. Tudo foi atirado para o caldeirão sem nexo nem coerência estratégica. O cozinhado final só por milagre podia ser bom.
Finalmente temos um acordo. Um mau acordo. Um acordo que garante um empobrecimento consentido do País mas um acordo necessário. Viva portanto o acordo. Mas vamos ter que ser capazes de, como sociedade e como País, ir muito para além deste acordo na agenda para o crescimento, a qualificação e o emprego, se quisermos estar à altura dos desafios que enfrentamos.
Já aqui escrevi várias vezes que a governação não tem estado à altura do desafio. A dicotomia entre a má governação e a avidez pela ocupação do Estado é evidente e explosiva. Sublinho por contraponto a forma como o PS tem feito oposição usando uma regra de ouro – não propor nem aprovar nada que não pudesse concretizar se fosse governo.
A credibilidade política, sem demagogia e com elevada proximidade é uma resposta à altura dos desafios dos nossos tempos. Pode não exaltar as multidões ou saciar os estados de alma, mas consolida as opções para a construção duma alternativa responsável para Portugal.
Foi essa atitude que mais uma vez prevaleceu na apreciação do Acordo de Concertação Social. O acordo era importante e ajuda Portugal no plano externo, mas está longe de ser um bom acordo.
Quando uma orquestra desafina a culpa pode ser da qualidade dos músicos, mas normalmente a maior responsabilidade é do Maestro. O acordo de concertação social assinado na passada semana é um acordo necessário mas desafinado. Uma desafinação que resulta do enviesamento do maestro e da sua falta de ambição.
O Governo nunca deu mostras de saber o que queria deste acordo de concertação. Coerente só mesmo a partitura em que ignorou o crescimento, o emprego e a qualificação da economia.
Tivemos eventuais reduções de taxas sociais únicas, bancos de horas em vários formatos, aumento de horário de trabalho, modelização de férias e feriados. Tudo foi atirado para o caldeirão sem nexo nem coerência estratégica. O cozinhado final só por milagre podia ser bom.
Finalmente temos um acordo. Um mau acordo. Um acordo que garante um empobrecimento consentido do País mas um acordo necessário. Viva portanto o acordo. Mas vamos ter que ser capazes de, como sociedade e como País, ir muito para além deste acordo na agenda para o crescimento, a qualificação e o emprego, se quisermos estar à altura dos desafios que enfrentamos.
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