Crescimento Verde
2010/12/18 12:20
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Participei recentemente em Paris na 26ª sessão da mesa redonda sobre desenvolvimento sustentável promovida pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), desta vez dedicada ao tema do crescimento verde. Algumas conclusões do debate foram inspiradoras e a sua partilha parece-me adequada num tempo de viragem de ano, sempre associado à esperança e à renovação.
Em primeiro lugar ficou claro na discussão que o próprio conceito de crescimento verde é ainda um conceito inacabado e pouco consistente. Porquê então apostar em algo que verdadeiramente não se conhece. Se outra razão não houvesse, essa aposta justifica-se porque os modelos tradicionais de crescimento perderam fulgor, capacidade mobilizadora das sociedades e adequação aos limites físicos do planeta.
Constatou-se aliás que o crescimento verde tem estado demasiado amarrado a uma visão e a uma abordagem da realidade marcada pelos parâmetros ambientais. Trata-se duma abordagem necessária mas insuficiente. O crescimento verde para ser um conceito com consequências fortes nos modelos de desenvolvimento e nas acções concretizadoras, tem que perfilhar uma visão holística e que se posicione no centro das políticas económicas e financeiras, e não apenas nas políticas do ambiente e do território.
É também claro que uma abordagem pelo crescimento verde implica novas métricas e novos modelos de negócio e de regulação. Um mercado global e transparente de emissões de carbono é um instrumento determinante de regulação, ao mesmo tempo que ao Produto Interno Bruto têm que ser somados os indicadores de criação de emprego, coesão territorial, sustentabilidade ambiental e satisfação pessoal, para medir o impacto das políticas.
O crescimento verde não é um processo de continuidade em relação aos modelos tradicionais de crescimento. Exige uma nova revolução industrial, novas bases de competitividade e novos factores de concorrência.
Os vencedores do crescimento verde não serão necessariamente os líderes actuais ou mesmo os actuais campeões da sustentabilidade. A corrida está agora a começar. É um outro trilho de crescimento que países como Portugal, que no quadro dos actuais padrões são cada vez mais verdes mas crescem cada vez menos, têm que percorrer.
É esse o foco da nova agenda de competitividade e emprego em discussão entre o governo e os parceiros sociais. Uma agenda baseada na aposta feita por Portugal nas energias limpas, nas infra-estruturas tecnológicas, no conhecimento e na inovação, mas que agora tem que dar frutos acrescidos na capacidade de exportar e de criar valor.
O nosso desafio para o futuro não é muito diferente do desafio para a generalidade das nações. Voltar crescer de forma robusta, sustentável e mobilizadora, criando emprego e bem-estar. É um desafio exigente, mas enfrentá-lo e vencê-lo é o sentido da política e da cidadania nestes tempos de viragem.
Em primeiro lugar ficou claro na discussão que o próprio conceito de crescimento verde é ainda um conceito inacabado e pouco consistente. Porquê então apostar em algo que verdadeiramente não se conhece. Se outra razão não houvesse, essa aposta justifica-se porque os modelos tradicionais de crescimento perderam fulgor, capacidade mobilizadora das sociedades e adequação aos limites físicos do planeta.
Constatou-se aliás que o crescimento verde tem estado demasiado amarrado a uma visão e a uma abordagem da realidade marcada pelos parâmetros ambientais. Trata-se duma abordagem necessária mas insuficiente. O crescimento verde para ser um conceito com consequências fortes nos modelos de desenvolvimento e nas acções concretizadoras, tem que perfilhar uma visão holística e que se posicione no centro das políticas económicas e financeiras, e não apenas nas políticas do ambiente e do território.
É também claro que uma abordagem pelo crescimento verde implica novas métricas e novos modelos de negócio e de regulação. Um mercado global e transparente de emissões de carbono é um instrumento determinante de regulação, ao mesmo tempo que ao Produto Interno Bruto têm que ser somados os indicadores de criação de emprego, coesão territorial, sustentabilidade ambiental e satisfação pessoal, para medir o impacto das políticas.
O crescimento verde não é um processo de continuidade em relação aos modelos tradicionais de crescimento. Exige uma nova revolução industrial, novas bases de competitividade e novos factores de concorrência.
Os vencedores do crescimento verde não serão necessariamente os líderes actuais ou mesmo os actuais campeões da sustentabilidade. A corrida está agora a começar. É um outro trilho de crescimento que países como Portugal, que no quadro dos actuais padrões são cada vez mais verdes mas crescem cada vez menos, têm que percorrer.
É esse o foco da nova agenda de competitividade e emprego em discussão entre o governo e os parceiros sociais. Uma agenda baseada na aposta feita por Portugal nas energias limpas, nas infra-estruturas tecnológicas, no conhecimento e na inovação, mas que agora tem que dar frutos acrescidos na capacidade de exportar e de criar valor.
O nosso desafio para o futuro não é muito diferente do desafio para a generalidade das nações. Voltar crescer de forma robusta, sustentável e mobilizadora, criando emprego e bem-estar. É um desafio exigente, mas enfrentá-lo e vencê-lo é o sentido da política e da cidadania nestes tempos de viragem.
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