A Geração Sem Mapa
2017/03/04 12:14
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Os nascidos no início da última década do século passado estão agora a atingir o seu primeiro quarto de século de uma vida que lhes tem colocado desafios bem mais complexos daqueles que tiveram que enfrentar os seus antecessores, e espero, que terão que enfrentar os que lhes seguirão no ciclo das gerações.
É uma geração que muito admiro e que tem de fazer face aos desafios da incerteza e da transição que têm marcado a mudança do milénio. Por isso lhe chamo geração sem mapa, como também poderia chamar geração da descoberta e do traçar das novas rotas para a organização social no século XXI.
Esta geração, que está agora a estabilizar num novo patamar escolhas e plataformas de vida, tem mostrado nos vários estudos de opinião realizados em toda a Europa, que são favoráveis ao aprofundamento do projeto europeu e que querem que a voz da UE seja mais forte no mundo.
Que espera mais esta geração? Valoriza a saúde e a felicidade baseada nas experiencias de vida. Pretende por isso políticas públicas pragmáticas que permitam dar respostas às necessidades no plano da saúde, do emprego, da educação ao longo da vida, do combate à pobreza e às desigualdades e da promoção de uma economia amiga do ambiente. É uma geração progressista, numa forma moderna e atual de se ser progressista.
A incerteza e a mobilidade num contexto de aceleração tecnológica e da consequente aceleração económica e social exigem também que sejam concebidos e implantados novos quadros legais, que combinem o acesso garantido a um rendimento universal com novos modelos de financiamento dos sistemas de proteção social.
A geração sem mapa traçou também novas veredas na sustentabilidade dos padrões de consumo, bem como naspreocupações com o impacto da sua alimentação na saúde e no ambiente. A proteção do consumidor e a economia circular são temas mobilizadores que têm que ser considerados.
Além do mais esta geração foi cobaia de novas experimentações nos modelos de educação. Hoje são óbvios defensores de um modelo educativo que aposte na criatividade e na inovação, usando os novos recursos e meios ao serviço da aprendizagem.
A sua maioria já percebeu que a contrapartida para poderem ter formação ao longo da vida é serem eles próprios criadores de valor a partir do conhecimento recebido. O empreendedorismo lança cada vez mais sementes, algumas das quais cairão em boa terra. Por isso substituir os paraísos fiscais por paraísos para empreendedores é algo que os mobilizará.
A geração sem mapa está a desenhar as novas rotas e os novos rumos. É europeísta e progressista numa forma sustentável de definição do progresso. É um motivo de esperança no futuro. No deles e no nosso.
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