Novo Rumo
2013/04/29 16:57
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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A última quinzena política em Portugal
foi muito clarificadora. O XIX Congresso do PS e a adesão do Presidente da
República às teses da austeridade e da asfixia económica de Passos Coelho e
Vitor Gaspar definiram dois blocos e duas opções claras.
A
opção da submissão seguidista e bem comportada esperando algures a complacência
dos poderosos definiu com traços marcantes o bloco conservador.
Um bloco da Direita, a que se juntou na
intervenção de 25 de Abril o mais alto magistrado da Nação, mas que tem vindo a
perder o apoio de muitos democratas cristãos e social-democratas que tendo
votado na atual maioria, dela se vão afastando devido à sua grande
incompetência económica e insensibilidade social.
A
tomada nas nossas mãos do destino do País, gerando uma aliança forte entre os
portugueses, por um novo rumo de crescimento e emprego, como alternativa viável
e vencedora é a opção dos progressistas. A opção de um novo rumo baseado em
propostas concretas, tendo o PS como força charneira mas mobilizando forças
sociais e políticas que vão muito para além dele.
Quem durante tanto tempo foi acusando o PS de
não ter propostas concretas ao mesmo tempo que apelava ao consenso e até
apresentava como suas algumas das ditas “propostas inexistentes” não pode agora
retomar esse discurso.
No plano empresarial e social, no quadro
fiscal e do apoio social, na visão estratégica para a Europa e para o mundo, em
todas as áreas chave para sairmos da crise, o PS fez no seu Congresso propostas
claras, consistentes, possíveis e desafiadoras de mais e melhores contributos
da sociedade civil.
O bloco dos submissos alega agora que
todas as propostas exigem firme negociação com a Troika. É verdade, mas não é
isso que se deve esperar dum governo e das instituições em Portugal, enquanto
país soberano e orgulhoso da sua história e da sua identidade?
Negociar é uma atitude nobre. Uma
atitude de quem quer solver os seus compromissos mas precisa de condições
justas e adequadas para o conseguir fazer. Exigir mais tempo e melhores taxas de juros,
melhor repartição dos recursos comuns e desenhar políticas activas de
dinamização do contexto económico e criador de emprego é um ato de afirmação de
liderança e de coragem, que contrasta com a passividade desanimada da
governação.
Neste 15 dias Portugal ganhou de vez um
novo candidato a Primeiro – ministro, uma nova visão mobilizadora, um novo rumo
e uma nova esperança. A primavera parece finalmente querer chegar.
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