Tal Bush... Tal Merkel!
2010/12/25 22:20
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Contactei nos últimos tempos por razões diversas com muitos cidadãos da Alemanha e encontrei na maioria deles aquela sensação de estranha injustiça que já havia sentido em muitos amigos americanos durante a década de George W. Bush na Casa Branca.
Instalou-se na Europa um clima de incómodo e dúvida em relação ao caminho estratégico da nação Alemã, que com a reunificação, o contributo para a construção europeia e o fulgor do desenvolvimento económico, tinha constituído nas últimas décadas uma referência para os europeus e para o mundo.
O mesmo tinha acontecido em relação aos EUA durante o consulado de George. W. Bush, quando uma nação campeã da liberdade, da transparência e da cidadania espalhou muitas dúvidas sobre a assertividade e a justiça da sua estratégia no plano internacional.
Nos tempos de Bush, pelo menos entre as elites, desenvolveu-se uma cada vez menos subtil distinção entre os EUA e a sua história e grandeza e a fraqueza errática da sua Administração.
Nem sempre era fácil expressar com razoável evidência a necessária distinção entre os EUA e a administração Bush. Desses tempos recordo-me de muitos amigos americanos progressistas e conscientes da má gestão do Presidente, profundamente tristes e com a imagem externa da América e com a repulsa que alguns actos como a pouco fundamentada invasão do Iraque causavam noutros povos, que tinham para com a grande nação americana fundadas razões de dívida e gratidão.
A progressiva tomada de consciência pela degradação da imagem americana no mundo foi uma das razões que levou o povo americano a escolher massivamente Barak Obama e uma Administração Democrática nas últimas eleições presidenciais.
A Alemanha de Merkel aproxima-se rapidamente da situação que caracterizava a América de Bush. É cada vez mais necessário distinguir a Alemanha, da sua actual governação dura e insensível às vantagens da coesão europeia e da força que uma Europa unida pode ter no desenho geopolítico das próximas décadas.
A tristeza dos alemães mais cosmopolitas com a imagem que o seu País vem destruindo na cena internacional pode ser uma poderosa alavanca de mudança na própria Alemanha. Nos tempos globais em que vivemos a reputação faz parte do património de um povo. Destruir a reputação é perder um bem precioso e isso terá mais cedo ou mais tarde consequências eleitorais na Alemanha como teve um processo similar na América.
É caso para dizer … tal Bush, tal Merkel, mas já que se conhece a história, poderia evitar-se a repetição de todos os capítulos. A Chanceler ainda pode reescrever o guião. Que o faça é um desejo que partilho para o novo ano. Um desejo em que ganhava ela, ganhava a Alemanha, ganhava a Europa e ganhava o mundo. Ganhávamos todos.
Instalou-se na Europa um clima de incómodo e dúvida em relação ao caminho estratégico da nação Alemã, que com a reunificação, o contributo para a construção europeia e o fulgor do desenvolvimento económico, tinha constituído nas últimas décadas uma referência para os europeus e para o mundo.
O mesmo tinha acontecido em relação aos EUA durante o consulado de George. W. Bush, quando uma nação campeã da liberdade, da transparência e da cidadania espalhou muitas dúvidas sobre a assertividade e a justiça da sua estratégia no plano internacional.
Nos tempos de Bush, pelo menos entre as elites, desenvolveu-se uma cada vez menos subtil distinção entre os EUA e a sua história e grandeza e a fraqueza errática da sua Administração.
Nem sempre era fácil expressar com razoável evidência a necessária distinção entre os EUA e a administração Bush. Desses tempos recordo-me de muitos amigos americanos progressistas e conscientes da má gestão do Presidente, profundamente tristes e com a imagem externa da América e com a repulsa que alguns actos como a pouco fundamentada invasão do Iraque causavam noutros povos, que tinham para com a grande nação americana fundadas razões de dívida e gratidão.
A progressiva tomada de consciência pela degradação da imagem americana no mundo foi uma das razões que levou o povo americano a escolher massivamente Barak Obama e uma Administração Democrática nas últimas eleições presidenciais.
A Alemanha de Merkel aproxima-se rapidamente da situação que caracterizava a América de Bush. É cada vez mais necessário distinguir a Alemanha, da sua actual governação dura e insensível às vantagens da coesão europeia e da força que uma Europa unida pode ter no desenho geopolítico das próximas décadas.
A tristeza dos alemães mais cosmopolitas com a imagem que o seu País vem destruindo na cena internacional pode ser uma poderosa alavanca de mudança na própria Alemanha. Nos tempos globais em que vivemos a reputação faz parte do património de um povo. Destruir a reputação é perder um bem precioso e isso terá mais cedo ou mais tarde consequências eleitorais na Alemanha como teve um processo similar na América.
É caso para dizer … tal Bush, tal Merkel, mas já que se conhece a história, poderia evitar-se a repetição de todos os capítulos. A Chanceler ainda pode reescrever o guião. Que o faça é um desejo que partilho para o novo ano. Um desejo em que ganhava ela, ganhava a Alemanha, ganhava a Europa e ganhava o mundo. Ganhávamos todos.
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