A Europa não é um Número
2010/03/13 22:25
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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A União Europeia está a discutir a nova Estratégia para o Crescimento e o Emprego que actualiza e adapta a Estratégia de Lisboa para o horizonte de 2020. Em função desse horizonte a Estratégia foi designada como Estratégia Europa 2020. É uma designação fácil de comunicar e que deve ter sido amplamente testada pelos especialistas na matéria.
Não gosto nem desgosto da designação. Tenho pena que a Estratégia Europeia para o Crescimento e o Emprego não continue e ostentar o nome da nossa capital, mas compreendo que há duas fortes razões para que isso não suceda – já é de “Lisboa” o novo Tratado da União e é preciso marcar um novo ciclo e um novo impulso nas políticas europeias para a competitividade e o emprego.
Uma estratégia que associa a Europa a um número, ainda que isso suceda por simples razões de comunicação, alerta-nos para a necessidade de lutar para que a Europa 2020 não transforme a Europa num espaço económico amarrado a números, esquecendo que a construção europeia é na sua essência um projecto de cidadania, de paz e de desenvolvimento, alicerçado nas pessoas e nas comunidades.
A Europa não é um número! Não tem sido aliás um número na resposta concertada que foi possível mobilizar contra a crise económica global nem foi um número na protecção da Zona Euro que desenvolveu para fazer face ao ataque financeiro à economia Grega.
No entanto, a prova dos nove para o futuro da União será o conteúdo e sobretudo a concretização da Europa 2020.
As prioridades da Europa 2020 são adequadas e capazes de mobilizar a generalidade dos europeus. Uma Europa mais inteligente, verde e inclusiva é um excelente “slogan” e uma sólida base para formular e concretizar um plano de acção.
A questão chave estará na articulação entre a Europa 2020 e o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). São planos diferentes mas interdependentes e essa interdependência tem que ser ela também gerida de forma inteligente, verde e inclusiva.
Pode parecer evidente, mas nem por isso devemos deixar de sublinhar que se não há economia sólida e saudável sem uma boa base financeira, também não é possível sustentar e consolidar uma boa base financeira sem que a economia real funcione, seja competitiva, crie emprego e gere fluxos comerciais equilibrados à escala global.
Chegar ao equilíbrio financeiro através da dinâmica económica não é o mesmo que amarrar a economia a metas financeiras cegas, nominais e avaliadas de forma tecnocrática por agências externas e não comprometidas com a especificidade e com os valores que dão consistência ao projecto europeu.
A Europa precisa que o seu PEC seja tão inteligente, verde e inclusivo quanto vier a ser a Europa 2020. No fim do jogo há números que têm que ser atingidos para que a economia europeia seja credível e competitiva. Mas é com políticas para as pessoas que chegamos aos números. Doutra forma não chegaremos ou se chegarmos terá sido à custa do ideal que dá sentido ao nosso projecto comum. A Europa não é um número. Nem 2020 nem qualquer outro.
Não gosto nem desgosto da designação. Tenho pena que a Estratégia Europeia para o Crescimento e o Emprego não continue e ostentar o nome da nossa capital, mas compreendo que há duas fortes razões para que isso não suceda – já é de “Lisboa” o novo Tratado da União e é preciso marcar um novo ciclo e um novo impulso nas políticas europeias para a competitividade e o emprego.
Uma estratégia que associa a Europa a um número, ainda que isso suceda por simples razões de comunicação, alerta-nos para a necessidade de lutar para que a Europa 2020 não transforme a Europa num espaço económico amarrado a números, esquecendo que a construção europeia é na sua essência um projecto de cidadania, de paz e de desenvolvimento, alicerçado nas pessoas e nas comunidades.
A Europa não é um número! Não tem sido aliás um número na resposta concertada que foi possível mobilizar contra a crise económica global nem foi um número na protecção da Zona Euro que desenvolveu para fazer face ao ataque financeiro à economia Grega.
No entanto, a prova dos nove para o futuro da União será o conteúdo e sobretudo a concretização da Europa 2020.
As prioridades da Europa 2020 são adequadas e capazes de mobilizar a generalidade dos europeus. Uma Europa mais inteligente, verde e inclusiva é um excelente “slogan” e uma sólida base para formular e concretizar um plano de acção.
A questão chave estará na articulação entre a Europa 2020 e o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). São planos diferentes mas interdependentes e essa interdependência tem que ser ela também gerida de forma inteligente, verde e inclusiva.
Pode parecer evidente, mas nem por isso devemos deixar de sublinhar que se não há economia sólida e saudável sem uma boa base financeira, também não é possível sustentar e consolidar uma boa base financeira sem que a economia real funcione, seja competitiva, crie emprego e gere fluxos comerciais equilibrados à escala global.
Chegar ao equilíbrio financeiro através da dinâmica económica não é o mesmo que amarrar a economia a metas financeiras cegas, nominais e avaliadas de forma tecnocrática por agências externas e não comprometidas com a especificidade e com os valores que dão consistência ao projecto europeu.
A Europa precisa que o seu PEC seja tão inteligente, verde e inclusivo quanto vier a ser a Europa 2020. No fim do jogo há números que têm que ser atingidos para que a economia europeia seja credível e competitiva. Mas é com políticas para as pessoas que chegamos aos números. Doutra forma não chegaremos ou se chegarmos terá sido à custa do ideal que dá sentido ao nosso projecto comum. A Europa não é um número. Nem 2020 nem qualquer outro.
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