Renovação Saudável (Sobre um novo impulso cívico nas autárquicas 2017)
2017/08/12 10:21
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Estão entregues as candidaturas para as décimas segundas eleições autárquicas da democracia portuguesa pós 25 de Abril de 1974. Pelo efeito inexorável do tempo, mas também por uma atitude mais participativa de muitos cidadãos das mais diversas idades e percursos, tenho sentido nos múltiplos lugares onde tenho sido chamando a apoiar candidaturas autárquicas, uma renovação saudável que constitui um bálsamo para a democracia e para o País.
A vida é um ciclo veloz. Recordo-me bem do tempo em que juntava a minha voz aosjovens que como eu por essa altura, apelavam a uma maior participação da juventude nas diferentes candidaturas e projetos políticos. É uma causa que se mantém atual.
A renovação que tenho podido presenciar, agora já na perspetiva de um “veterano” com várias experiências de exercício de mandatos cívicos e políticos, parece-me ir para além da necessária e fundamental substituição geracional.
Encontrei nas várias apresentações em que estive presente e nos projetos que foram partilhados, muita gente nova de ambos os sexos, mas também mais mulheres de todas as idades e muitas pessoas que não tendo feito uma vida próxima da vida partidária, como militantes ou como independentes, se disponibilizaram agora a exercer o direito e o dever de pugnar pela sua Freguesia e pelo seu Concelho, concorrendo pelo projeto que consideram dar mais sentido à sua participação.
Outro fenómeno curioso e estimulante a que tenho podido assistir, tem sido a presença cada vez maior das famílias dos diversos candidatos nas apresentações autárquicas, dando testemunho de que além do envolvimento individual, muitos compromissos de cidadania são feitos em nome da rede familiar, como se cada família quisesse ter uma palavra a dizer no futuro da sua terra, escolhendo um ou vários dos seus para seremporta-vozes dessa vontade, num ou em vários projetos alternativos.
O envolvimento alargado da sociedade civil na política em geral e na política de proximidade em particular é um sinal de maturidade da nossa democracia local e também um sinal de esperança de que ela se continue a consolidar e a dar as melhores respostas às necessidades das pessoas.
Ainda tenho muito para dar aos meus concidadãos que com os seus votos e a sua confiança fizeram de mim seu representante em mandatos políticos, traduzido agora no exercício do lugar de deputado ao parlamento europeu.
Mas estando no pleno da minha atividade, é reconfortante perceber que entre outras coisas, a minha geração política está a criar o espaço para ser sucedida por uma geração ainda melhor, mais diversa e mais preparada. A renovação saudável é o oxigénio da democracia.
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