Regiões Inteligentes (atrair, formar, diferenciar)
2017/05/06 11:57
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Num tempo em que tudo é ou pretende ser “smart” (inteligente), se
aproximam eleições autárquicas que terão impacto no reforço no poder
coordenador das regiões e começa a entrar em velocidade de cruzeiro a execução
do Portugal 2020, importa refletir como podem as regiões portuguesas serem
regiões também elas mais inteligentes.
Ser inteligente, no sentido que lhe é dado neste texto, não é apenas
adquirir, instalar e usar os mais sofisticados equipamentos tecnológicos
disponíveis no mercado. Os equipamentos e a formação das pessoas para os
utilizar ajudam ao sucesso das empresas, das instituições e dos territórios,
como bem demonstrou o impacto que teve o “Alentejo Digital” na posterior
atração de investimentos estruturantes para o Alentejo, mas a tecnologia deve
ser apenas uma ferramenta e um instrumento para concretizar uma estratégia
(como foi o caso).
Uma região inteligente é aquela que compreende o mundo em que compete,
avalia com lucidez os seus pontos fortes e os seus pontos fracos, faz escolhas
e usa os recursos para mobilizar e preparar as pessoas, as empresas e as
instituições para porem em prática de forma bem-sucedida o caminho escolhido.
Como pode então uma região ser mais inteligente? Em primeiro lugar é
preciso usar as novas tecnologias para aumentar a atratividade dos territórios garantindo
a fixação de um maior número de pessoas.
Em segundo lugar é preciso apostar fortemente na qualificação das
pessoas, de forma a que possam aceder aos recursos e aos serviços que lhe podem
ser disponibilizados de forma mais eficiente e com maior qualidade através das
novas tecnologias e também para que possam criar valor a partir dos dados e
conhecimentos que passam a estar disponíveis.
Assegurada a atratividade e a qualificação e em plena articulação com
elas, as regiões inteligentes têm finalmente que colocar a sua bandeira no mapa
global através da diferenciação, valorizando a sua identidade e apostando em
ser reconhecidas por algo em que sejam incomparáveis e únicas.
Usar os meios disponíveis para através das novas tecnologias,
reposicionar as regiões e ganhar qualidade de vida e competitividade é uma
oportunidade a não perder. Contudo, as
políticas têm que responder a três critérios. Atrair pessoas para o território
e não dispensar ainda mais a sua presença, dar competências a essas pessoas e
valorizar aquilo que elas fazem de diferente e de notável à escala global.
A inteligência regional tem a
ver com as pessoas e não com máquinas e redes, embora sem máquinas e redes e
sem competências e estratégias para as usarem, as pessoas fiquem muito
diminuídas na sua capacidade para fazerem acontecer um futuro melhor.
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